quinta-feira, 27 de abril de 2017

“TUDO O QUE EU QUERO ESTÁ NO AR...”




Tudo o que eu e milhares de outros mentecaptos e doidos varridos queríamos, desejávamos e suplicávamos a volta estará no ar até hoje, para aperto dos nossos corações (ou do que restou deles, já que “ELA COMEU!”). Foram seis meses inesquecíveis, de uma companhia diária pra lá de agradável e contagiante.  Já não estamos mais falando de uma novela, de personagens fictícios, de um trabalho feito por diretores, escritoras e atores (muitos, até já em outro plano). A GATA COMEU ultrapassou essa barreira do “mera obra de ficção”. Entrou em nossas casas, fez parte do nosso cotidiano, embalou nossas tardes de descanso ou nossos últimos minutos antes de dormir. Abriu a porta e adentrou em nossos lares tal como a felina preto-e-branco que ilustra sua abertura.


Como imaginar nossos dias sem as loucuras de amor da Jô Penteado? E quem ligava pras safadezas do Seu Oscar? As “maldades” da Gláucia e da Ester­? Isso é fichinha... e que tal umas mentirinhas pra se conquistar a pessoa amada? Vale tudo, até perder a visão ou a sanidade mental (que o diga o Braguinha e o Tony). “Eu sou uma chata!!!” Sim, Dona Ofélia, todos nós sabemos disso, mas também sentiremos muitas saudades suas – e como sentiremos! Vai um ensopado de macaco “à la mode du chef” ? Grato, senhor conde, mas prefiro uma pizza do Giovanne.


Como dizer adeus aos curumins, representações maiores da nossa infância a de toda uma geração que soube, de verdade, o significado de SER CRIANÇA? Cuca, Adriana, Xande, Sueli, Nanato, Cecéu e Verinha: vocês #NosRepresentam! Que assim como o clubinho, também esteja sempre viva a vontade de mudar o mundo e de ensinar “gente grande” a viver melhor!


Tal como a Televina, queremos sempre ter estampada em nosso peito a marca da nossa amada Gata e da sua mensagem maior: a alegria, o AMOR e a SIMPLICIDADE DE UMA CRIANÇA. Não importa a idade. Sempre criança. Que briga, se estapeia, mas nunca se separa. Gugu e Tetê estão aí pra confirmar isso... Opa, quase que ia esquecendo da Ceição e do Oscar. Ixiiiii, deu até vontade de ir na geladeira apanhar um leitinho ixxxxxperto!


Ah, vontade de ir na banca do seu Vicente, comprar uma revista de palavras cruzadas e chamar a Dona Biloca pra ajudar... Vontade de bater um papo com a Ivete e de aprender com ela a “não levar desaforo pra casa”... Vontade de dizer à Nairrrrrrrrrrr que não há espaço pra papel pequeno nessa história, ela também foi um GIGANTE! Vontade de parabenizar o Horácio por descobrir que nunca é tarde para revermos os erros do passado e, de quebra, darmos lugar à humildade! Vontade de agradecer ao Rafael por ter ensinado, na prática, que nunca se deve dizer que “dessa água nunca beberei”. Vontade de comemorar junto com a Zazá esse AMOR que pode até demorar, mas um dia sempre chega!


Acima de tudo, vontade de olhar nos olhos da ex-senhorita Penteado e, agora, senhora Coutinho e agradecer pela lição de persistência. Superação. Evolução. Não apenas os seus penteados mudaram. A dondoca virou um ser humano com alma e coração. Doeu – não me refiro aos tapinhas no rosto, mas às porradas da vida -, mas valeu a pena... o AMOR veio para coroar a nossa heroína. Como não amar a Jô pelo resto de nossas vidas? Que sorte tem o nosso querido professor Fábio...


Sorte mesmo foi a nossa, presenteados com essa família tão querida! Ingressaram para uns, regresaram para outros. Marcaram a vida de diferentes gerações. Ultrapassaram as barreiras do tempo, da moda, dos costumes. Continuam tão atuais e especiais como há 32 anos. São de casa, pois são gente como a gente.


Adeus? Jamais. Somos #AGataComeu para sempre! Obrigado, amada Ivani.

Anderson Maia (jornalista, fotógrafo e A-PAI-XO-NA-DO por A Gata Comeu)

sábado, 15 de abril de 2017

“Terei eterno amor pela ‘Gata’ e pela Paula”


Esqueçam, nas próximas linhas, a antipatia e o gênio não lá muito agradável da Paula. Primeiro, porque a sua intérprete, nossa entrevistada da vez (iupiiiii! Conseguimos!), é de um carisma e simpatia bem diferentes da filha da Dona Ofélia. E, segundo, porque a própria atriz fez questão, no decorrer do bate papo, de explicar o porquê da personalidade, digamos, não muito fofa da personagem que deu vida no clássico de Ivani Ribeiro. (Confesso que até eu próprio comecei a entender melhor a tadinha que colecionou casórios interrompidos e adquiriu até coceira por conta das peripécias provocadas pela nossa amada mentecapta). Com vocês, a querida Fátima Freire! Deliciem-se, ela é mesmo uma delícia de pessoa.

Fátima em foto atual e na época da "Gata". Linda em todas as fases!

Anderson Maia (AM) - Quando foi que você descobriu o dom de atuar e de fazer arte?

Fátima Freire (FF) - Desde pequena, eu gostava de dançar, de cantar, de recitar poesias, gostava de me expor. Quanto as pessoas iam à minha casa, meu pai falava que eu ia pra sala recitar poesia, demonstrar meus dons. Sempre tive essa veia artística. Certo dia, por volta dos meus 17 anos, quando morava próximo de uma emissora de TV lá em Curitiba, descobriram-me na rua e me chamaram-me para fazer um teste. Passei e comecei a apresentar programa. Antes disso, porém, já fazia teatro, foi uma coisa que eu sempre gostei, mas foi a partir dos 17 que eu comecei, realmente, a trabalhar com isso.

AM - Seu primeiro trabalho foi no cinema, numa pequena participação no longa-metragem Aladdim e a Lâmpada Maravilhosa, com o Renato Aragão. Na TV, estreou depois anos depois, em Cuca Legal e Senhora. Como foi conseguir espaço na grande mídia?

FF - Carreira de ator é sempre muito difícil, principalmente no meu caso, que vim para o Rio de Janeiro sozinha, com 19 anos. Morei em vaga, em quarto alugado, porque tinha esse sonho de ser atriz. Depois de trabalhar dois anos em Curitiba, eu queria me expandir, levar mais a sério a minha profissão. A gente luta muito, corre muito atrás, eu entrava em tudo o que era teste. O Ziembinski (diretor de teatro, cinema e televisão), na época que era da Globo, fazia teste com atores, então eu fui lá e fiz teste com ele pra trabalhar em novela, já que até então eu só fazia papeizinhos em linha de show, como modelo, aquela pessoa que aparecia e não falava nada. Mesmo assim, eu continuava estudando, fazendo curso. Depois desse teste com o Ziembinski, fiz a minha primeira novela, Cuca Legal, num personagem que era pequeno, mas que acabou depois crescendo. Após isso, já veio Senhora, com um papel muito bom.

AM - Você teve grande destaque entre as estrelas da TV nos anos 70 e 80. Como era lidar com o sucesso e, certamente, o assédio dos fãs?

FF - Eu sempre fui uma pessoa muito tranquila, nunca me deixei encantar pelo sucesso, porque vejo que tudo isso é uma coisa efêmera. O ator tem altos e baixos na carreira, uma hora está com sucesso, outra hora não está, é uma carreira muito instável, muito insegura. Eu curtia muito essa fase, quando estava no ar em uma novela fazendo sucesso. Era muito bom você ter o carinho dos fãs, ser parada na rua, ser elogiada, fui convidada pra ir à Europa, fui a Portugal, fui recebida lá como uma diva, por conta de uma novela que fiz e que teve muito sucesso também por lá. Foi muito bom, mas eu sempre me deixei ficar com os pés no chão, sabendo que era uma carreira instável e que numa hora eu poderia estar com sucesso, noutra hora não. Curti os momentos de sucesso, muito.

Peraê: impressão minha ou é a Paula e a Jô em outra história? :P


AM - Você se considerava um sex simbol?

FF - Não, eu não me considerava (risos). Sempre fui uma pessoa tranquila e também fiz muitos papeis da mocinha, boazinha. Fiz algumas 'mazinhas' também, mas fiz bem mais personagens doces e nunca, assim, amantes ou mulheres de luxúrias, mulheres sexies. Sempre fiz a professorinha, ou a amiga, sempre papeis mais tranquilos. Claro que na manchete eu cheguei também a fazer uma espírita que recebia uma pomba gira, personagens fortes, mas nunca fiz personagens sensuais, vamos dizer assim.

AM - Ter no currículo clássicos como O Feijão e o Sonho, Dona Xepa, Cabocla e a própria A Gata Comeu não é para qualquer atriz. Você sente saudade desse auge?

FF - Tenho saudade, sim. Você estar com sucesso, estar sendo reconhecida é muito bom, muito gostoso. Porém, como eu já falei, eu sou muito pé no chão, não fico sofrendo pelo que eu não tenho. Eu tento ver que a vida é uma coisa muito passageira, que a gente está aqui de passagem e que tenho que viver o momento de agora. Foi muito bom fazer muito sucesso, muito bom. Agora estou mais tranquila, fazendo mais teatro, não estou mais na mídia, mas estou muito feliz também. Tenho uma família maravilhosa, tenho filhos, tenho netos, tenho um casamento de 35 anos e curto muito o meu dia a dia, curto muito o hoje. Eu vivo o hoje, o agora e sempre tento dar valor às coisas que eu tenho, ao invés de ficar pensando no que foi, no que passou.

AM - Como avalia as produções televisivas dos dias de hoje?

FF - Antigamente, eu acho que era mais tranquilo. A Globo, mesmo, era muito menor, você tinha acesso aos diretores, você conseguia entrar numa sala do diretor, pra conversar, pra tirar ideia. O Boni, que era o auge da época, o ‘super super’ da Globo, várias vezes que eu precisei conversar, ele foi lá e me recebeu. Hoje em dia, você não consegue nem ter acesso a um diretor, porque tem o assistente do assistente do assistente, você não consegue nem entrar na Globo. Entes, era uma coisa muito menor, muito mais família, éramos uma grande família. Hoje, vejo mais como uma indústria.

Nos bastidores das gravações de um dos casórios atrapalhados (um deles pela Adrianinha, na foto, haha...)


AM - E falando em nossa querida Gata (A Gata Comeu), fala primeiro como surgiu o convite para viver a Paula.

FF - Eu tinha acabado de fazer o seriado O Bem Amado, com Paulo Gracindo e Lima Duarte. Foram cinco anos fazendo esse trabalho. Eu já havia feito várias novelas com o Herval (Rossano), o conheci em Cuca Legal, quando ele me chamou pra fazer Senhora. Fiz também, com ele, O Feijão e o Sonho, Dona Xepa, Cabocla, tudo com o Herval. Quando fui liberada do seriado, ele me convidou para fazer a Paula de A Gata Comeu.

AM - Foi difícil interpretar uma personagem tão geniosa, de personalidade tão forte?

FF - Pra mim foi meio complicado, porque, no começo, o texto vinha mostrando uma moça boa, simples, noiva de um professor... ela era muito carinhosa, muito amiga, muito solícita, se dava bem com as crianças. Essa era a personalidade da Paula que me passaram no começo. Os textos vinham assim e o Herval me falou que era assim. Daí, de uma hora pra outra, talvez para fazer o público torcer pela Jô, eles começaram a mudar a personalidade da Paula. Fizeram-na mais geniosa, mais briguenta com as crianças, muito influenciada pela mãe. Foi uma mudança que me assustou, porque tive que ir alterando devagar, já que ninguém se transforma da noite pro dia. Uma pessoa não é tranquila, doce e carinhosa e, de repente, vira geniosa e rabugenta. Foi difícil pra mim fazer essa mudança brusca, tive que ir fazendo com muito jeito.

AM - A novela já começou “pegando fogo”, com a famosa fase da ilha. Como foi a temporada de gravações no local? Como era o dia a dia das gravações e por trás das câmeras?

FF - O começo da novela, a gente gravando lá na ilha, foi a fase mais gostosa da novela, pelo menos uma das mais. Era muito gostoso, porque nós ficamos todos num hotel e a gente se dava muito bem, conversa muito. Acordávamos bem cedinho, pegávamos uma lancha e íamos para a ilha. Passávamos o dia inteiro lá, só voltávamos para o hotel à noite, para jantar, tomar um banho, cair duro na cama e levantar no dia seguinte. Foram quinze dias deliciosos, a gente convivia, estávamos todos felizes e animados em fazer a novela. Foi uma época maravilhosa.

Por trás do "gravando!": "Era muito gostoso fazer a novela. A gente se divertia muito"


AM - Um dos grandes destaques da Gata é, certamente, os personagens cômicos, interpretados por gênios como o Arutin, A Migliaaccio, A Marilu, o Cláudio (Correa e Castro), a Diana (Morel) – sua mãe na novela... Era divertido, também, os bastidores?

FF - Realmente, tínhamos muito bom humor. Era muito gostoso fazer a novela. A gente se divertia muito. Lembro de várias cenas que tivemos crise de riso e paramos a gravação, olhávamos um pra cara do outro e ríamos. Era muito gostoso, era muito divertido também pra nós, atores.

AM - É difícil, até mesmo pra nós, fãs, explicar o segredo exato para que uma novela, trinta e poucos anos depois, ainda seja tão lembrada e venerada por uma multidão. Como a Fátima Freire explicaria esse sucesso?

FF – Eu, realmente, também não consigo entender o sucesso de A Gata Comeu. Eu acho que é uma mistura de várias coisas. Era um elenco muito simpático, muito legal, uma novela simples, sem complicação, rebusco, filosofias, nada. Com uma música gostosa, e personagens divertidos. Você não vê sensualidade, não vê sexo, não vê grandes maldades. Era tudo, apenas, vida de pessoas comuns, o público se colocava muito ali. Eu acho que a simplicidade da novela, inclusive com personagens infantis, fazia com que todo mundo se encontrasse como se fossem seus parentes, amigos. Todos se viam um pouco na novela e se sentiam íntimos dos personagens. Acho que é um pouco por aí...

AM - O que representa a Paula para a Fátima?

FF - Foi um dos personagens mais marcantes da minha carreira. Um dos que eu mais gostei de fazer. Fiz outros personagens que eu também gostei muito, até bem diferentes, mas a Paula foi a mais marcante, sem dúvida, e eu tenho muito carinho pela Paula.

AM - Como a Fátima enxerga a Paula, uma mulher moldada pelas ideologias mercantis e nenhum pouco sentimentais da mãe, que só visava ao poder e ao dinheiro?

FF - A Paula teve uma mudança no decorrer da novela. Ela começou bem carinhosa, doce, amiga, tranquila e foi mudando sua personalidade. Tento explicar essa mudança como consequência de ter tantas vezes o seu casamento atrapalhado pela Jô. Ela acabou ficando uma pessoa muito infeliz e sentindo-se ameaçada. Fico imaginando: amar uma pessoa, querer casar com ela e vem outra e atrapalha o casamento três, quatro, cinco vezes... poxa, isso deixa qualquer uma, de fato, muito nervosa, muito infeliz, muito cheia de problemas, tanto que ela até ficou com alergia. Além de ter uma mãe que exercia grande influência sobre ela. Ia muito pela cabeça da mãe, que achava que dinheiro e posição social eram o mais importante na vida. Porém, ela não concordava com isso, tanto que no dia do casamento com o Tony quis largar tudo pra voltar pro Fábio, que era o seu grande amor. Ela queria casar com o Fábio porque o amava, mas era uma pessoa muito influenciada pela mãe. 
Das artimanhas da Jô à má influência da "mala sem alça" Ofélia: "isso deixa qualquer uma, de fato, muito nervosa, muito infeliz"


AM - Considera a Paula o seu trabalho mais emblemático? Sente-se bem ser reconhecida, até hoje, por este personagem, mesmo tendo feito tantos outros (antes e depois da Gata)?

FF - Apesar de ter feito 17 novelas... Eu fiz várias novelas na Globo, fiz três novelas na Manchete, fiz novela no SBT, fiz uma novela na Record, mas as mais marcantes foram, realmente, as da Globo. Entre todas elas, a personagem mais marcante foi a Paula, até pelo sucesso da novela, porque nenhuma outra que eu fiz teve tanto sucesso, nenhuma agradou tanto ao público quanto A Gata Comeu. Ela ficou eterna, pegou várias gerações e as pessoas se apaixonaram por sua simplicidade, por se sentirem em casa, por sentirem a ‘Gata’ como parte de suas vidas. Tenho muita saudade, muito carinho por essa novela e por essa personagem, por todos os atores que trabalharam comigo, pelo Herval Rossano, que era muito meu amigo e que, infelizmente, não está mais com a gente. Terei eterno amor pela “Gata” e pela Paula.

AM - Tem visto a atual reprise da novela no Viva? Como é ver a si própria 32 anos depois?

FF - Tenho assistido sim. Eu não consigo ver todos os dias, então eu gravo e vejo depois. É muito interessante me ver 30 anos antes, eu já estou com uma filha que tem a mesma idade que eu à época da “Gata”. Ela tinha dois aninhos na época. Ver-me, assim, com uma carinha de menina é muito bom, muito gostoso.

AM - No que depender dos fãs da Gata, que só crescem a cada ano, o clássico da saudosa Ivani, bem como Paula, serão lembrados ainda por muitos e muitos anos... deixa um recadinho para essa multidão de apaixonados.

FF - Todos nós, atores da novela, ficamos muito sensibilizados, muito emocionados por  ver um carinho tão grande do público. Esse encontro, por exemplo, que teve agora, dos “Curumins”, aqui no Rio de Janeiro. Infelizmente, eu não pude ir, porque estava viajando. Pessoas de toda parte do Brasil se reuniram ali, na Urca, para festejar A Gata Comeu e conhecer os locais onde nós gravamos. Então, isso é uma coisa que me sensibiliza muito, esse carinho do público, esse amor que o público tem por essa novela. Eu só tenho o que agradecer do fundo do coração a cada um de vocês pelo carinho que passam pra gente, pelos votos de felicidade, as pessoas sempre me perguntando ‘ah, você tem que voltar a fazer novela, estamos com saudade’...  Essa demonstração de amor, realmente, me deixa muito, muito feliz. Agradeço a todos e desejo que Deus abençoe a cada um, que sejam todos muito felizes. Quem sabe, eu volte numa outra oportunidade em outra novela gostosa... um beijo!

Receba também nosso beijo coletivo e nossos agradecimentos, querida Fátima! Prometemos compreender melhor a Paula, agora :D <3 #OsCuruminsTeAmam #VivaFátimaFreira #VivaPaula

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Hoje é dia de Gata, bebê!

Bairro da Urca, onde foi gravada a novela A Gata Comeu, há 32 anos, foi tomado por fãs em encontro no último sábado (08). Protagonista da trama, a atriz Christiane Torloni fez surpresa e marcou presença no evento.


Por meio de grupos no Facebook e Whatsapp, fãs organizaram o encontro, que contou com tour pelos locais em que a trama foi gravada. Fotos: Anderson Maia


Por essa, nem mesmo o mais mentecapto e doido varrido dos fãs de “A Gata Comeu” esperava. Sem qualquer aviso prévio ou mesmo resposta aos convites e tentativas de contato realizadas nas últimas semanas, a atriz Christiane Torloni fez jus a um dos mais importantes papeis de sua carreira e, tal como a imprevisível e nada convencional Jô Penteado, optou pelo efeito surpresa e pregou uma peça em centenas de “gatamaníacos” ao surgir, na tarde do último sábado (08), em um evento organizado pelos fãs da novela, no Bairro da Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro – onde foram gravadas as cenas externas da novela, exibida originalmente em 1985 e, atualmente, em reprise no Canal Viva.

Com a elegância que já é sua marca registrada e – vale ressaltar – num gesto de total humildade e reconhecimento ao carinho dos telespectadores por obra uma produzida há 32 anos, Torloni chegou ao bar e restaurante Garota da Urca, concentração do evento, por volta das 13h30. Lá, já estavam Marilu Saldanha, coescritora da novela, Mayara Magri, que interpretou a adolescente Babi, e a dupla de atores, à época, mirins Raphael Alvarez e Kátia Moura – que deram vida aos meigos Cecéu e Adriana, respectivamente. Também marcou presença no encontro Nina de Pádua, que deu vida à temperamental Ivete. 











Embora ausentes, outros atores de “A Gata Comeu”, como o protagonista Nuno Leal Maia (Fábio), Fátima Freire (Paula) e Élcio Romar (Zé Mário), enviaram mensagens aos fãs, via redes sociais, gratos e felizes pelo carinho e a realização do encontro, que reuniu telespectadores de todo o Brasil.
“Mais do que tudo, eu queria agradecer por todos vocês continuarem com essa energia de amor da novela, que era engraçada, brincalhona e que foi escrita por uma mulher muito importante, espiritualista, sem preconceitos religiosos de gêneros ou de cores e que nos libertou muito, não só em ‘A Gata Comeu’ como também em ‘A Viagem’, que foi a Ivani Ribeiro”, destacou Torloni.

Momento tietagem total do jornalista / fotografo que vos escreve: Com o Rafha, Torloni e Nina/Rapha. #MeBeliscaaaa!!!

A atriz aproveitou a oportunidade para chamar a atenção dos fãs com relação, também, ao cenário atual no país e no mundo. “Muitas orações estão sendo feitas pelas crianças da Síria, por esse momento pré-guerra que a gente está vivendo. Então, se vocês têm a força de se organizarem e virem até aqui para fazer um uma coisa tão bonita, se organizem em grupos e orem porque esse é um momento de muita oração no mundo. Orem pelo Papa Francisco também, porque ele está sendo um grande líder”, orientou Torloni.


Ao fim de sua breve – porém, inesquecível, aos fãs – passagem pelo local de concentração do encontro, Torloni desejou ao grupo um agradável passeio pelo bairro, um dos objetivos principais do evento. “Levem no coração essa mensagem de amor da novela. Muito obrigado, do fundo do coração, eu não vou esquecer esse momento nunca”. Imagina, então, os “Gatamaníacos”...

Os fãs despediram-se da atriz com um coro que entoou trechos da trilha sonora da novela, como “Comeu”, “Só Pra o Vento” e “Amigo do Sol, Amigo da Lua. Falas marcantes da novela também foram lembradas, como “dá nela, Jô”, dito pela pequena Adriana (Kátia Moura, presente no encontro) durante uma briga entre as personagens da Torloni e da Fátima Freire. Também teve adaptação de uma famosa frase da atriz: “hoje é dia de Gata, bebê”, foi ouvido em meio à aglomeração. 









Reencontro e emoção

A reunião idealizada pelos fãs, por meio de grupos em Facebook e Whatsapp, presentou não apenas aos fanáticos da novela como também a quem dela participou, diretamente, ao longo dos seis meses de gravações – no Jardim Botânico, as cenas internas, e na Urca, as externas. Provavelmente, sem se verem desde o fim da produção, Kátia Moura e Raphael Alvarez protagonizaram, em seu reencontro, um dos momentos mais emocionantes do evento.

“Pra gente, não era um trabalho, era uma diversão, a gente estava com amigos, se divertindo. Ter a ideia da dimensão que essa novela teve e tem até hoje é um pouco estranho, mas, ao mesmo tempo, fez parte da nossa infância e das pessoas que somos hoje em dia, grande parte foi a partir dessa convivência um com o outro”, externou Raphael. Abraçada ao colega “Curumim” e envolta de fãs, Kátia não conteve as lágrimas: “pra mim, que na época tinha meus 7 ou 8 anos, sempre foi e continua sendo uma surpresa ver que tanta gente, depois de tanto tempo, gosta e é apaixonado pela novela. É muito carinho que recebo nas redes sociais. Desculpa... me emociona muito falar disso”.

Sentada na mureta da Urca, em frente à praia, Nina de Pádua também não conteve a emoção diante do carinho dos fãs e, também, ao recordar dos saudosos Luiz Carlos Arutin e Dirce Migliaccio – intérpretes dos inesquecível Oscar e Conceição, seus pais na novela. “Trabalhar com eles, pra mim, em início de carreira na TV, foi um aprendizado extraordinário, uma honra porque eram dois mestres da interpretação, da comédia, que é uma coisa que eu adoro, que eu tenho muito no meu sangue. A esses dois, que já estão no céu, muito muito obrigada, de sua filha do coração, eu amo vocês”.






Mayara Magri também avaliou o seu sentimento para com a novela, na qual também atuou em início de carreira: “amei fazer a novela e amo ainda hoje, revendo, mas você nunca espera que 32 anos depois se consiga mobilizar tanta gente, pessoas apaixonadas, que sabem tudo dela. Gente, eu estou muito emocionada, mesmo. Adorei, valeu mais do que a pena”, pontuou.

Não menos feliz e lisonjeada, a mente que ajudou a dar a cara dos anos 80 a um texto, originalmente, escrito em meados da década de 1970 – “A Gata Comeu” é um remake de “A Barba Azul”, produzida em 1974 -, Marilu Saldanha revelou que, nem ela própria, se dava conta, à época, de que a adaptação se transformaria em tamanho fenômeno. “A pretensão era ser uma novela das seis, alegre, que faria sucesso, sim, mas não isso que eu estou vendo aqui, agora. Estou num céu, cercada de anjinhos”, revelou a colaboradora, que escrevia os capítulos, diariamente, entre as 4h e as 10h. “Quero um outro encontro desses, daqui a uns quatro anos”, finalizou Marilu.


Se ninguém menos que a segunda mãe da “Gata” faz esse pedido, quem somos nós para não obedecer? #FicaaDica #EncontroDosCuriminsAnoII

Confira dois vídeos exclusivos desse histórico encontro: Depoimento da Torloni e vídeo oficial.
Créditos: Anderson Maia