segunda-feira, 31 de outubro de 2016

"A gente era, realmente, um grupo de crianças que se divertia muito". Entrevista: Raphael Alvarez

Em A Gata Comeu, ele era o doce Cecéu, melhor amigo da Jô, entre as crianças – pelo menos, no comecinho da trama, onde nossa amada sonâmbula era detestada por todo o resto da meninada –, e que sofria por ter que dividir todos os serviços da casa com a irmã, já que o pai, viúvo e pão duro, relutava em contratar uma empregada. Por ironia do destino, nosso querido Raphael Alvarez, intérprete do Cecéu, também tem trabalhado tanto, mas tanto, que ainda não conseguiu parar pra ver a atual reprise da novela, no ar desde o último dia 24 no Canal Viva. Há 25 anos morando nos Estados Unidos e, nestes dias, em Portugal dirigindo um programa para o canal Multishow, o “irmão da Verinha” e “filho do seu Vicente” dedicou-nos, com todo carinho, alguns minutos de seus dias corridos para essa entrevista pra lá de bacana, com direito a recordações daquela época gostosa e, também, informações sobre seus trabalhos atuais e futuros. Vamos lá a mais uma exclusivona do nosso blog! #uruuuuuu 

Anderson Maia (AM): Você começou bem cedo na arte. Deu para ser uma criança comum, brincar na rua, ir ao parque... ou a fama tirou um pouco dessa liberdade?

Raphael Alvarez (RA):
Tive uma infância bem normal. Meus pais sempre tiveram a certeza que eu era criança e não ator. Eu ESTAVA sendo ator, é o que minha mãe sempre falava. Eu ia muito pra casa da minha avó em Volta Redonda, vó Beta, até com o pessoal da novela. Claro que tinham umas coisas que eram um pouco diferente, né? Lembro que a van (da Globo) ia me pegar lá no colégio (para gravar). Sempre ficava em recuperação (risos), já que, por conta da novela, eu tinha que sair muitas vezes no meio do horário. Mas em termos de infância, foi totalmente normal, não acho que perdi algo por conta do trabalho. 

Raphael hoje, aos 41 anos, e em foto da época de A Gata Comeu, quando tinha 11. Fotos: Chisel Photography e acervo pessoal


AM: Por falar em fama, começar já atuando em grandes clássicos da televisão, como a própria A Gata Comeu, é pra lá de especial, não é? Como era lidar com a fama e o sucesso já naquela época?

RA:
Eu não pensava em fama. A única vez que lembro ter ficado “um pouco assim” quando criança foi quando fui ver o programa do Chacrinha. Lembro que entrei por trás do Teatro Fênix, lá no Jardim Botânico, e na hora que entrei várias pessoas me reconheceram, vieram em cima de mim, começaram a querer falar comigo, tirar foto, naquelas câmeras de filmes (risos). Minha avó ficou super nervosa, porque só estávamos ela e eu. Nessa época toda, as minhas avós Nilza e Beta eram as duas pessoas que sempre me levavam às gravações na Globo, porque a minha mãe, terapeuta, e o meu pai, dentista, durante o dia estavam sempre trabalhando, não tinham como, durante o dia, me levar. Eles não viam aquilo como uma carreira, mas como uma diversão, porque eu adorava fazer, era realmente super divertido. 

AM: Era gostoso fazer o Cecéu?

RA:
Eu adorava fazer a novela. Lembro que me divertia muito, com todo o elenco. A Urca virou a nossa casa durante muito tempo. Depois, passamos a filmar também nos estúdios da Herbert Richers, na Tijuca. Adorava quando tinham coisas novas com o Cecéu, como quando virou ator e quando se vestiu de maluco pra que o pai arranjasse uma empregada. Sempre via como diversão e não como trabalho. 

Com a sócia Tatiana Issa, durante premiação do longa "Dzi Croquettes", em Los Angeles.


AM: E depois? O que fez da vida o nosso inesquecível Cecéu até chegar a ser esse diretor premiado?

RA:
Depois da novela, fiz o “Menino Maluquinho” e “O Cometa Vassourinha”, dois musicais que ficaram no teatro Clara Nunes, ali na Gávea, durante muito tempo, onde eu conheci a minha sócia Tatiana Issa. Aos 17 anos, me mudei para Nova York, onde estudei inglês e fiz a faculdade de teatro musical. Depois disso, fiz três musicais em Nova York, na Broadway: “Amor, Sublime Amor”, “O Beijo da Mulher Aranha” e “Jesus Cristo Superstar”. A Tatiana acabou indo morar lá também e a gente fez um curta chamado “Medusa”, que foi super premiado. Depois, fizemos o Dzi (Croquettes), que foi uma pérola, um achado. Temos muito orgulho, obviamente, desse longa. 

AM: Tem algo dos trabalhos que fez quando criança que tenha te motivado, de alguma forma, a querer dar saltos maiores no mundo da arte?

RA:
Eu fiz muita coisa quando criança, antes de “A Gata Comeu”. Fiz “Voltei pra Você”, que foi a minha primeira novela, fiz um Quarta Nobre com a Betty Faria, “Adeus, Marido Meu”, fiz um Caso Verdade, fiz depois, de novo, o filho da Betty Faria, em “Partido Alto”, mas esse estímulo veio mais tarde. Foi depois de fazer “O Menino Maluquinho” que me inspirei quanto ao que acabei fazendo depois. Ele foi que me despertou para esse lado de teatro musical, que foi o que eu acabei fazendo depois de um certo tempo. Na época da Gata, eu ainda era tão novinho que não pensava em ser ator. Eu ESTAVA ator. Estava me divertindo com a arte. 

Com os demais integrantes do "Clube dos "Curumins" (juntamente com Mayara Magri e Herval Rossano), durante pausa nas gravações. "Os bastidores eram sempre muito divertidos".


AM: O Cecéu era uma criança doce e um dos melhores amigos da Jô, protagonista da trama. Como eram as gravações e a relação nos bastidores?

RA:
Os bastidores eram sempre muito divertidos. A gente era, realmente, um grupo de crianças que se divertia muito. O Herval Rossano (diretor da novela) era um pouco... rígido (risos). Eu lembro que ele era um pouco rígido, mas eu imagino, hoje, você ter que trabalhar com sete crianças que viam a realidade da televisão como uma diversão e o diretor, por sua vez, com a responsabilidade de produzir um material. Havia momentos bem rígidos, de ter que decorar texto, estar no horário certo, mas os bastidores sempre foram muito divertidos. A época toda da ilha foi praticamente uma diversão e a novela inteira foi, mesmo, muito divertida. 

AM: Por falar nisso, conta pra gente como foi ser escolhido para integrar o elenco mirim da novela?

RA:
Tudo começou lá pros meus cinco, seis anos de idade. Teve um teste pra meninos loiros (risos), no Clube Caiçara, lá na Lagoa, onde meus pais eram sócios. Diz a minha mãe, não lembro, que eu fui falar com a diretora de elenco, que estava muito zangado com o fato de eles estarem querendo só crianças loiras e eu era moreno, por que essa discriminação, enfim... essa diretora de elenco, Frida, que ainda hoje trabalha com isso, acabou pegando a minha informação, me deixou fazer um teste e acabou colocando meu nome em várias agências de publicidade. Daí, acabei chegando na Globo. Foi um caminho meio que inesperado, nunca pensei fazer isso, mas acho que, pelo que me dizem, eu era uma criança muito falante, muito brincalhona, sempre muito feliz com a vida. Acho que isso meio que foi visto nesses testes e, com isso, eu acabei na novela. 

AM: Com o Dzi Croquettes, você, junto com a Tatiana, recebeu diversos prêmios como o do Festival do Rio, Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e Festival do Cinema Brasileiro de Miami. Pensa em se dedicar sempre a documentários ou produzir também outros gêneros?

RA:
Cada vez mais eu quero entrar em ficção. Sinto falta de trabalhar com atores. Agora, estamos trabalhando, ao mesmo tempo, em mais um documentário, “BR –Trans”, e, ano que vem, espero rodar o meu primeiro longa ficção, “O Ciclista”. Penso em voltar a atuar, sinto falta, redescobri esse sonho após voltar a fazer aulas de teatro para me preparar para dirigir atores. Acabei fazendo alguns monólogos nas aulas, gostei muito. 

AM: Conversando há pouco com a Kátia Moura, sua colega de elenco mirim em A Gata Comeu, perguntei-lhe como se sente tendo representado toda uma geração ali, na novela, através do inesquecível “Clube dos Curumins”. Pra você, o que aquela época e aquela novela representou?

RA:
A novela, pra mim, representou um parque de diversões, divertido, seguro, onde a gente encontrava um bando de gente querida. Essa é a memória que eu tenho. Eu nunca pensei na novela como representando toda uma geração. Pra gente, estávamos só nos divertindo. É muito louco pensar que, por ser uma novela com várias crianças, com essa ideia toda do “Clube dos Curumins”, acabou atraindo tanto o público da nossa idade. É estranho de pensar que isso tudo teve tamanho efeito, já que, pra gente, aquilo tudo era só parte do nosso dia a dia, sabe? 

AM: Hoje os tempos são outros, mas, lá fundo, naquele momento nostalgia, sente saudade de algo?

RA:
Eu acho que a gente vai ficando mais maduro, não gosto de falar mais velho (risos), e sempre pensamos “ah, quando a gente era mais jovem era mais seguro, tinha menos violência...”. Pra mim, saudade mesmo é das minhas avós, porque as duas eram muito presentes, principalmente nessa época, e as duas não estão mais aqui. Estou indo para o Brasil, agora em novembro, e vou tentar ver um pouco, de repente, a novela, porque até mesmo as cenas de outros personagens me remete um pouco a um tempo que eu tinha a vó Beta e a vó Nilza muito presentes em minha vida. 

Raphael Alvarez e Kátia Moura. Já são dois os "Curumins" entrevistados pelo nosso blog :D :D :D. Foto: acervo pessoal Kátia Moura


AM: A correria do trabalho está grande. Mesmo assim, bate uma curiosidade de se ver 31 anos atrás na novela que está no ar pelo Viva?

RA:
Engraçado. Eu não estava nem pensando nisso, porque a gente está tão louco aqui... mas o Rodrigo Fagundes, que é um comediante maravilhoso, grande fã da novela – sempre adorou A Gata Comeu, a gente até brinca com isso -, mandou umas historinhas do que está acontecendo com o Cecéu, já tinha mandado uns vídeos. Outra amiga, a Astrid Guimarães, irmã da Ingrid (Guimarães), que também faz produção com a gente, mandou hoje um print dizendo que está vendo a novela. Então, isso me deixa um pouco curioso... não sei... a curiosidade está ali, mas eu acho que a gente sempre é muito autocrítico, apesar de se tratarem de épocas distintas. A gente, quando fica maduro, é estranho se ver assim tão publicamente... tenho bastante curiosidade, sim, acho que seria muito autocrítico, mas tenho curiosidade. 

AM: Não podemos deixar de matar essa curiosidade: você participou das gravações na ilha, cenário de fortes emoções e aventuras e, também, onde se deu o pontapé inicial da novela. Como foram aqueles dias de gravação?

RA:
Lembro que foi muito louco, porque a gente ficou num hotel durante quinze dias ou um mês. Íamos todo dia pra essa ilha e era muito calor. Lembro que ficamos lá muito tempo, minha avó ficou lá comigo, meio que tomando conta. Ficávamos o dia todo lá na ilha. Lembro que, nas primeiras cenas do Danton Mello, ele tocava uma flauta que era insuportável, uma coisa que era do personagem. Ele tinha também uma cena com uma cobra, estava em cima de uma árvore e a cobra vinha em sua direção. Ele caiu e quebrou o braço, isso foi nos primeiros capítulos, segundo ou terceiro, eu acho. Lembro também que a lancha quebrou, não sei se na novela ou real (risos)... na novela, quebrou mesmo, mas acho que também teve algum problema de verdade. 

AM: Fala um pouco dos teus projetos atuais e futuros.

RA:
Estou super empolgado com esse documentário, “Br-Trans”, que é sobre as transexuais no Brasil. É baseado numa peça do Silvério Pessoa, que é um ator maravilhoso, super premiado também. Ele fez uma coleta de depoimentos de várias trans pelo Brasil e fez todo o conceito dessa peça. Estou editando e espero estrear comecinho do ano que vem. Também tem esse meu primeiro trabalho com atores, “O Ciclista”, baseado num livro maravilhoso. Agora, estou dirigindo, para 2017, a quarta temporada do “Anota Aí”, com a Titi Muller, para o Multishow. Também vou agora ao Brasil dirigir a Ingrid Guimarães para a também quarta temporada do “Além da Conta”, do GNT. 

AM: Deixa um recado final pros fãs da novela, que não só admiram e não esquecem do doce e divertido Cecéu, como também vibram e comemoram o seu sucesso atualmente, agora por trás das câmeras.

RA:
Meu recado seria obrigado por todos terem feito parte dessa jornada com a gente. É uma delícia saber que ajudamos a formar caráter, acho que a gente aprende muita coisa nessa idade. Foi uma experiência muito legal e divertida pra mim. Quando a gente pensa que isso teve efeito na vida das pessoas é algo maravilhoso, acredito que essa é a grande razão pra se fazer arte, porque, na maioria das vezes, a gente quer causar algum tipo de sentimento. O fato de que, sem saber, essas crianças conseguiram fazer isso, é fantástico, é pra agradecer. Só tenho a agradecer mesmo! 

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A gente também agradece sua atenção e carinho, Rapha! Sucesso sempre nas produções e direções e, claro, queremos sempre tá acompanhando as aventuras e voos do nosso eterno Cecéu.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

"Era maravilhoso contracenar com o Nuno. Ele era paizão mesmo!" Entrevista: Kátia Moura

Mesmo tendo sido “barrada” para a primeira e antológica excursão que deu início às emoções de A Gata Comeu, a filha caçula do professor Fábio Coutinho e também mascote do Clube dos Curumins, Adriana, está entre as crianças mais lembradas e amadas do clássico de 1985. Não é pra menos! Queridinha da Jô, ela participou de algumas das armações da nossa maluca predileta na luta pelo homem amado. Quem não lembra no sonífero na água da Paula, que a fez “apagar” numa das tentativas de casar com o viúvo? Nossa eterna Adrianinha cresceu, mas continua doce, simpática e amável como aquela pimpolha que conquistou o Brasil na metade da década de 1980 e conquista até hoje, já que a novela é lembrada e venerada mesmo passados 31 anos. Nossa entrevistada da vez é ninguém menos que a Kátia Moura, intérprete da Adriana. Preparados para mais um gostoso bate-papo? Simbora... 

Anderson Maia (AM): O que te inspirou, ainda tão cedo, atuar? Foi uma coincidência ou já havia um anseio e/ou inspiração? 

Kátia Moura (KM): Foi algo no qual eu caí de paraquedas. Sempre fiz muitos trabalhinhos, muito teatrinho no colégio, mas não me imaginava na televisão. Foi quando surgiram os primeiros comerciais que eu comecei a ficar mais encantada com esse mundo. Fiz a minha primeira participação na novela Champagne. 

Nos bastidores das gravações da Gata, com o "paizão" Nuno.


AM: E o processo até você ser escolhida para compor o elenco da Gata, como foi?

KM:
Minha mãe havia já feito muitos contatos lá dentro (da Globo) e, certo dia, uma colega nossa veio até ela e disse: “vai ter um teste para uma novela que vai começar agora, uma novela das seis. Leva a Kátia lá porque eles vão precisar de muita criança”. Daí, minha mãe me levou no dia e hora marcados. Lembro que o primeiro grupo de crianças que entrou (na sala do diretor, Herval Rossano) fomos justamente nós sete: eu, o Oberdan Júnior, as duas Julianas, o Raphael Alvarez o Sylvio Perroni e o Danton Mello. Nisso, o Herval conversou com a gente, foi conversando e, tipo, “poxa, ela tem o estereótipo da Adriana... ele (o Danton) pode ser o irmão o irmão dela, porque os dois se parecem...”. E começou a dar nome a cada personagem. 

Kátia em foto atual, aos 39 anos, e como a Adriana de A Gata Comeu, aos 7: "sinto saudade de tudo!"


AM: Como era estar ali, na “fábrica dos sonhos”, nos bastidores da telinha, numa época em que o veículo era tão voltado ao público infantil?

KM:
Pra mim era tudo diversão. Eu estava ali curtindo, brincando. Estava brincando de ser a Adriana, não sentia a responsabilidade que nem hoje em dia. Sempre decorei meus textos me divertindo, brincando, de maneira divertida, alegre. Pra mim, era maravilhoso estar ali, não tinha muita noção do que estava acontecendo, de que era tão legal. Eu só vim ter noção uma vez que a gente saiu das gravações lá no Jardim Botânico, porque a Globo era lá, não tinha o Projac ainda. Precisávamos gravar uma externa e saímos todos nos ombros dos seguranças. Só que eu não quis, desci, fui pro chão e acenei do meu jeito, dei autógrafos do meu jeito. Fui rodeada por uma multidão de pessoas! Foi muito legal. Foi aí que eu me dei conta do sucesso que estava sendo a novela. Até então, eu não tinha a menor noção.

AM: Um verdadeiro privilégio para você não apenas estar na novela, mas compor o núcleo principal, já que ajudou e muito a Jô e o Fábio a se aproximarem. Como era atuar com a Christiane e o Nuno?

KM:
Era muito bom, muito bom! Principalmente, com o Nuno Leal Maia. Era maravilhoso contracenar com ele. Ele era paizão mesmo! Sabe aquele paizão coruja? Ele era muito assim. Com a Torloni também, sempre foi bem legal, bem divertido, mas ela era mais concentrada, mais na dela, até porque as nossas cenas não tinha muita diversão, não tinha que ser aquela coisa mãe e filha. Mas com o Nuno era diversão o tempo todo, era coceguinhas nos bastidores, na hora de bater o texto. Sempre foi muito divertido. 

Com o diretor Herval Rossano e parte do elenco: "Era querida por todos."


AM: O Clube dos Curumins virou referência. Não há, hoje, um saudosista, apaixonado pela novela, que não desejasse fazer parte dessa trupe. Como você enxerga ter representado, ali, ao lado dos outros atores mirins, toda uma geração?

KM:
Difícil dizer, viu? Depois de 30 anos da estreia da novela, é bem esquisito. Pra mim, é uma coisa muito louca, não consigo entender como as pessoas são apaixonadas desse jeito por uma novela que passou há tanto tempo e saber que eu fiz parte disso. Sinceramente, é bem doido! Acho o máximo, estou achando tudo muito máximo e fico muito feliz por saber que uma novela se transformou em paixão nacional. 

AM: E os bastidores? Como era a convivência da mascote com o resto do elenco?

KM:
A minha convivência era maravilhosa, graças a Deus. Eu era querida por todos, inclusive pela parte técnica. 

AM: A Adriana, o Cuca, o Cecéu, a Verinha, o Xande, a Sueli e o Nanato eram amigos que, com certeza, qualquer “curumim” da vida real queria ter. Prontos a ajudarem um ao outro (e aos outros personagens) a resolverem seus problemas. A amizade existia fora das câmeras?

KM:
Sim. Eu sempre estava com o Danton e o Sylvio. Minha mãe era muito amiga das mães deles. 

Com a filha, Ana Beatriz, de 11 anos: "Tento passar pra ela tudo o que eu vivi". Foto: reprodução Facebook


AM: O que ficou da Kátia/Adriana na Kátia de hoje?

KM:
Nossa! A simpatia e a alegria de viver. O jeito de ser carinhosa com os outros. Enfim, acho que é isso. 

AM: Tem algo daquela época mágica, sem malícias, sem o “politicamente correto”, sem tanta tecnologia que mais separa do que une as pessoas, sem tanta violência, que você tenta transmitir e repassar para a sua filha?

KM:
Sim, eu tento passar pra ela tudo o que eu vivi: as brincadeiras, eu não a deixo ficar muito tempo com o celular, acho que ela tem que conhecer as brincadeiras do meu tempo, tipo pique-pega, pique-esconde, etc. A tecnologia é essencial hoje em dia, mas essa época sem ela era maravilhosa também, brincar na rua sem medo. Quanta saudade! 

AM: Ela já viu a Adrianinha alguma vez? Qual a reação ver a mãe criança e famosa?

KM:
Já viu sim. Foi engraçado porque nossos filhos acham que nunca fomos criança (risos). 

AM: Tem saudade de atuar? Do que mais sente falta daquela época?

KM:
Tenho muita saudade. Sinto saudade de tudo, tudo mesmo! Quem sabe com a força dos fãs eu não consiga voltar a atuar? Se conseguiram até a volta da novela, né? 

AM: Uma legião de saudosistas nunca esqueceu a Adriana e todo o resto da novela. A Gata Comeu marcou mesmo, como pouquíssimas conseguiram fazer igual. Pra você, qual o segredo dessa verdadeira febre mesmo tendo já se passado 31 anos?

KM:
Sinceramente, não faço a menor ideia. Com tantas outras produções boas que vieram depois... isso me deixa muito surpresa e feliz. 

AM: Deixa uma mensagem final pra esse montão de gente que tá vibrando e radiante por poder ver de novo a Adrianinha, nessa tão aguardada e comentada reprise da Gata no Viva.

KM:
Primeiramente, gostaria de agradecer a todos o carinho comigo e dizer que se tiverem um sonho, corram atrás dele. Vale a pena ser feliz fazendo o que se gosta. Grande beijo a todos e mais uma vez obrigada. 

Nós é quem te agradecemos, Kátia! Sucesso e felicidades sempre à nossa eterna curumim Adrianinha <3

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

"Mas ela não entendeu minha intenção..."

Calma, senhorita Penteado! A intenção do "fessor" Fábio não foi machucá-la, mas apenas domar essa fera para a sua primeira experiência amorosa. A Paula que se cuide... Pela primeira vez, a nossa Lucrécia Bórgia deparou-se com um homem de verdade, que não cedeu aos seus caprichos, mas a enfrentou de cara e podou os caprichos da dondoca mimada.

Nosso terceiro capítulo veio cheio de alegrias para quem continua sedento de "exclusividades" vistas apenas na versão original da Gata. O grande destaque, é claro, foi para a cena que inicia o capítulo: embora com apenas cinco segundos, mas #RARÍSSIMA, uma vez que foi limada nas versões Vale a Pena Ver de Novo 2001 e GNT Portugal. "- Estúpido! Seu grosso! -Comigo é assim: bateu levou! -Covarde!", dizia a cena do diálogo entre nosso casal de gata e rato, logo após a primeira troca de "bolachas" da novela.
 

Cena inédita para quem só viu a Gata em 2001? "Não Acreditooooo"


(Por que tal cena foi cortada nas reprises? Certamente, pelo áudio "vazado" do BG da vinheta, soaria estranho demais no "remendo" feito nas versões para reprise.)

No nosso grupo oficial no whatsapp "A gata Comeu no Viva", teve gente que revelou ter chorado de emoção com essa verdadeira "volta a 1985". É pra tanto? É simmmm.

Outro destaque do capítulo desta quarta foi o também tão aguardado efeito de fusão entre cena e vinheta de intervalo, outra marca da novela que, descobrimos hoje, só foi aplicada a partir do terceiro capítulo. É emoção demais, sô!

E esse maiôzinho da Jô? Custa nada comentar de novo, né? Aproveitem, marmanjos, pois em breve a nossa Gata passará a usar peças de roupa por cima do traje de banho nada discreto - lembro de ter ouvido, na época do Orkut, que, em 1985, houve críticas quanto ao referido maiô, motivo pelo qual a personagem teve que "pôr mais pano". Mesmo bizarra, linda a nossa Torloni versão Rock In Rio I, concordam?

"Tenho um segredo e vou dizer... yeah, ela sabe amar!!!..." - Êpa, que isso é bem mais pra frente... mas que o coracãozinho da nossa caprichosa já tá começando a balançar, isso tá! Mas deixa isso pra depois, agora é hora de enfrentar aquela cobra (falo do réptil na ilha, não da Glaúcia, hahaha...)

Edson "come quieto", Oscar safadjenhooo, Nair enxerida e Babi aproveitando pra aprontar. 3º Capítulo chocanteeeee


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Como há 31 anos...

Atenção, "Gatamaníacos" de plantão: podem suspender os emails de protesto para o Viva. A Gata Comeu está sendo exibida em sua forma O-RI-GI-NAL!!! #obaaaaa. Confesso que, pela "afinidade" que já tenho com a programação do canal, já não tinha tantas dúvidas quanto a isso (embora a tal polêmica da cena do Edson, no capítulo de ontem, me deixou com mais pulga atrás da orelha do que qualquer canino rabugento). As tão aguardadas, suplicadas e almejadas telas de numeração de capítulos e "cenas do próximo capítulo" finalmente foram ao ar há poucos minutos, quando foi exibido o segundo capítulo do clássico da saudosa Ivani Ribeiro.

 

Fã por aí (como eu) infartaria hoje à tarde se não visse essas telas



Confirmações à parte... que capítulo foi esse? que encanto de novela é esse? a sensação que dá - pelo menos a um fã da Gata que se preze - é de que somos nós mesmos que desembarcamos num paraíso, rumo a uma aventura que, embora já saibamos de cor aonde vai dar (todos sabemos, né?), estamos dispostos a viver, tudinho de novo (e na íntegra! uruuuu), quantas vezes mais forem necessárias. 



E o maiôzinho da Jô? qual moçoila do Século XXI se habilita usar? #FalaSério #PagandoCofrinho. Sem contar na cena mais antológica de toda a novela, o primeiro "bateu, levou" entre os dois protagonistas, exibido no fim do capítulo. Quem mandou ofender a senhorita Penteado, "fessor"? Quem mandou ser tão afoita, dona Jô? Chega logoooo, quarta-feira!

(A propósito, nada de bobinha essa Gláucia Brandão, hein? ôoo, novelinha cheia de Gata querendo "comer" o parceiro alheio :P )

#ComoNãoAmarAGataComeu???

"Tenho um segredo e vou dizer..."

Sim. Voltei a ser um menino, abestalhado e boboca, no momento em que A Gata Comeu estreou, com tudo, coloridíssima e vivíssima na tela do Viva. Descrever a sensação de quando aquela abertura (que imagem linda!) preenchia a tela da minha TV, com a logo do canal no canto superior esquerdo da tela, impossível! Só sei que o arrepio ainda toma conta de mim neste momento em que narro a situação. 

Sim, A GATA COMEU COMEÇOU! E começou com tudo, já arrasando quarteirão (mais do que o Seu Oscar com as gatinhas da Urca :P ).

Meu amigo e colaborador aqui no blog, Nízio Pedrosa, confessou-me no messenger ter chorado no momento da abertura. Não tive o mesmo prazer que ele, estava com visita em casa e procurei me conter um pouco (só um pouco!). Mas acreditem, Nízio e demais amigos, por dentro o coração vibrava, MUITO! Repito: não dá pra descrever! (arrepio novamente)

Houve cortes? Cadê as "Cenas do Próximo Capítulo" e o efeito indo pra vinheta de intervalo? E a tal cena do Edson (José Mayer) escondendo o dinheiro na lancha, exibida (e comprovada em vídeo postado ontem no Dailymotion) na versão exportada para o canal GNT, de Portugal? Gente, confesso mais uma vez que não vi a novela em 1985... Mas pela pouca experiência com edições de vídeo, bem como cortes em programações de TV, não pareceu NÃO que houve algum "remendo" no capítulo de ontem. Juro! Tava tudo muito perfeitinho, emendadinho, juntinho, transições perfeitas... quem é veterano de Vale a Pena Ver de Novo sabe bem como fica "na cara" quando há algum corte (como sempre há!) de novelas em suas versões para reprise. Não foi o que vimos ontem. 

Não podemos basear-nos numa versão exibida em outro país, ok? (bom mesmo se alguém tivesse o bendito capítulo 1 de 1985 pra matar de vez essa curiosidade)

Momento histórico: prints que fiz com o celular no exato momento da estreia da "Gata" no Viva.

Que trabalhar, que nada! :P

E... no mais.... não faz parte da política (nem tampouco dos interesses) do Viva passar a tesoura no que quer que seja... se nem ao menos  falhas resultantes de fitas já velhas o canal pago poupa das exibições (lembro bem de uma falha grotesca num capítulo de Água Viva, mais lembrava aquelas nossas antigas VHS's quando "engolidas" pelo videocassete. Mesmo assim PASSOU!), avalie então essa ou aquela cena... minha aposta: Essa bendita cena, embora tenha sido gravada e exista (SIM!), não fez parte do capítulo 1 exibido em 1985, no BRASIL! Ponto. (se vai aparecer mais à frente, num flashback, ou se, simplesmente, não vai aparecer nunca, só o tempo dirá... 

Quanto aos demais questionamentos, vamos esperar mais um pouco, ok? Repito: aposto as minhas fichas (mesmo sabendo do risco de perdê-las) de que vimos ontem o mesmo capítulo exibido às 18h de 15 de abril de 1985.

E vamos em frente que a tensão tá grande... o motor da lancha pifou e hoje continuamos (ou melhor, começamos!) essa aventura de looooongos dias naquela maravilhosa ilha - prepara a bochecha hoje, dona Jô, que vai rolar tabefe! A Gata Comeu já tá no ar, galera!!!! 

"Ela vive só de alô e olá... Só pra o vento, só pra o vento... Chama o Sol e dança ao luar..."

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A novela “A Gata Comeu” volta nesta segunda à TV mais moderna do que nunca

Novela estreia nesta segunda-feira (24), no Canal Viva, é uma das mais populares dos anos 1980.

Fonte: Gazeta do Povo
Jô Penteado (Christiane Torloni) e Fábio Coutinho (Nuno Leal Maia), casal protagonista vivia às turras. 
Foto: Divulgação

Uma trama simples, com poucos personagens, figurinos simples e nada de efeitos visuais garantiu a longevidade de “A Gata Comeu”, novela originalmente exibida em 1985 na Globo e que volta à televisão nesta segunda-feira (24), às 15h30 (horário alternativo: 0h30), agora no Canal Viva. Apesar da ‘idade’ da novela, isso é exatamente o que mercado está pedindo, acredita o pesquisador em teledramaturgia Claudino Mayer, doutor no gênero pela USP. “O público de novela é muito conservador”, afirma. De acordo com o canal, essa é uma das reprises mais pedidas pelos assinantes. 

É que a receita da novela de Ivani Ribeiro, um folhetim clássico e enxuto, parece ser a tônica também para as atuais tramas globais. Diretor de teledramaturgia da emissora, o autor Silvio de Abreu vem pedindo aos outros escritores que se contenham nas inovações de linguagem – indo em direção contrário, por exemplo, a “Velho Chico”, de Benedito Ruy Barbosa. Dona do horário das sete, “Haja Coração”, uma adaptação de “Sassaricando”, escrita por Abreu, vai por esse caminho e já é a melhor audiência do horário das 19h em três anos. 

Outras novelas inesquecíveis dos anos 1980 

“Ivani Ribeiro (morta em 1995) era uma autora do melodrama, que escrevia folhetins que vendiam pela emoção. Com menos núcleos de personagens, o público consegue se envolver com a trama de maneira mais simples. Atualmente, as novelas vêm tentando resgatar esse formato, mas, enquanto isso, ‘A Gata Comeu’ vai ocupar esta lacuna”, completa Mayer. Ivani escreveu “Mulheres de Areia” e “A Viagem”, entre outros sucessos que também ganharam reprises no Viva – e que também foram remakes de outras histórias da autora, em geral produzidas em outros canais ou mesmo pelas rádios. 

Apesar de a fórmula ser garantida, a novela apresentou inovações com relação às anteriores. O texto já era uma adaptação de “A Barba Azul”, de 1974, protagonizada por Eva Wilma e Carlos Zara. Christiane Torloni, que assumiu a protagonista Jô Penteado 11 anos depois, atualizou o conceito de mocinha nos anos 1980 e trouxe um frescor muito bem-vindo ao gênero. 

Seu cabelo curto, repicado e cacheado ditou moda, assim como os brincos e vestidos, que descrevem a década como nenhum outro personagem. Mas era a personalidade que de fato era determinante. 

 A mocinha, a primeira de Christiane àquela época, era rica e um tanto mimada, mas também determinada, engraçada e batalhadora. Uma dessas ‘guerras’ que trava é justamente pelo amor do professor Fábio Coutinho (Nuno Leal Maia), que ela conhece logo no início da trama. 

“Bateu, levou!”

Os dois vão parar, junto de seus respectivos grupos, em uma mesma embarcação durante um passeio por Angra dos Reis (leia mais ao lado). A implicância é imediata. Viúvo e pai de dois filhos (entre os quais Danton Mello, em sua primeira novela), ele não se curva ao temperamento de Jô. Quando eles são obrigados a conviver por dois meses após um naufrágio, as brigas são constantes. 

Jô Penteado colecionou noivos até conhecer Fábio. Teve sete deles, o que lhe rendeu o apelido Lucrécia Bórgia. Só que essa relação intempestiva chega às vias de fato – e não em um bom sentido. A mocinha invariavelmente se vê sem argumentos e parte para a agressão física. Só que Fábio revida. “Bateu, levou!”, justifica o personagem. Em tempos em que a violência doméstica chega ao debate público, essas cenas certamente não devem mais funcionar como alívio cômico.

“A Gata Comeu”, o “Lost” brasileiro 

Um acidente misterioso, náufragos perdidos em uma ilha afastada, dificuldades de relacionamento entre os novos ‘habitantes’ do lugar, natureza hostil e, principalmente, nenhum sinal aparente de resgate, já que os desaparecidos foram, na verdade, considerados mortos. Esse parece ser o mote do fenômeno “Lost”, certo? Não! É exatamente assim o início de “A Gata Comeu”, que estreou 19 anos antes que a série de J. J. Abrams. 

Enquanto a turma de Jô e Fábio sofre um revés do clima durante um passeio no fim de semana e, junto com todos os ocupantes de uma lancha, são arrastados pelo mar até uma ilha (filmada em Angra dos Reis, litoral fluminense), Jack (Matthew Fox), Kate (Evangeline Lilly), Sawyer (Josh Holloway) e Locke (Terry O’Quinn) são arrebatados no ar durante um voo entre Sidney e Los Angeles em uma queda sem muita explicação. 

A turma brasileira se divide entre os ricos amigos e familiares de Jô, e, pelo lado de Fábio, os filhos, alunos e noiva (que, como já sabemos, vai sair dessa solteira). Prevenidos, os últimos têm consigo duas barracas, enquanto que os milionários são obrigados a ficar no barco – muito embora Jô tente invadir o acampamento à força, provocando a primeira grande briga com Fábio. Em “Lost”, isso acontece quando parte dos sobreviventes descobre uma caverna com água potável. Uns se mudam enquanto outros preferem ficar acampados na praia. 

A brincadeira que compara as duas obras, que têm origem, época e gênero diferentes, parece demais, mas, quando se fala em recurso narrativo, novela e série se encontram. “Nas ilhas da ficção, os personagens renascem, fogem da vida a que estavam acostumados e têm outras oportunidades”. Enquanto Jô e Fábio se apaixonam (e outros casais se formam), os sobreviventes de “Lost” ganham a chance de voltar a andar (Locke entrou no avião em uma cadeira de rodas) e de serem livres (Kate era fugitiva). 

 A vantagem da turma carioca é que a experiência durou apenas dois meses, enquanto que a turma de Jack desafiou o espaço-tempo.

"Vem, amigo nadar nos rios... Vem, amigo plantar mais lírios..." Chegou o dia!

Todo mundo já fez suas malas? Cuidado pra não se atrasar! Às 15h30 - ops, quem não tá em horário de verão, como eu, marca as 14h30 - tá todo mundo convidado pra embarcar na lancha do Sr Horário penteado e curtir alguns meses de pura diversão numa história deliciosa e recheada de personagens I-NES-QUE-CÍ-VEIS (putz, já se passaram mesmo 31 anos?). Um aviso: não se sintam constrangidos com um "pequeno barraco" que vai rolar antes da embarcação partir... é só o começo, viu? (amanhã vai pra partir é pro tabefe!)

Se eu fosse você, Rafa, não deixaria minha noiva ir sozinha...

Quem avisa, amigo é!


Hoje, a coisa vai ser até um pouco mais leve. Assim como todos nós, aqui nos preparativos e expectativa (cadê mais unha pra roer? kkkkk), nossos amigos lá estarão apenas se preparando para um fim de semana em Angra - não sabem eles que vão passar dois meses "NO LIMITE": dondoca implicando por todos os lados, professor premiando os CDF's da turma, funcionária que esqueceu que parede tem ouvidos e falando mais do que devia, casal maluco brigando toda hora, crianças mais felizes que pinto no lixo (nunca entendi esse ditado :P ), piloto de lancha mais desconfiado que político da lava-jato. Assim damos início, hoje à tarde, à novela mais pedida pelo público do Canal Viva. A Gata Comeu vai começar!

Escolha a sua cena favorita desse capítulo de estreia. A minha, já tá eleita faz tempo: nossa Lucrécia Bórgia surgindo poderosa como só ela, com seu modelito laranja e preto, saindo do seu possante ao som de "Só Pra o Vento" - "eu me lembro da primeira vez e eu sempre vou lembrar...". Sempre! Passa logo, relógio...

Uma excelente estreia a todos.

"Quem é o cara que vai com o pai numa excursão?" Eeeeeuuuuu!!!




domingo, 23 de outubro de 2016

Eu tenho um sonho blue... e ele se realiza AMANHÃ!

Tem coisa mais gostosa na vida do que um sonho realizado? A Jô sonhou "comer" o coração do Fábio; a Gláucia sonhou se tornar a condessa de Parma; a Dona Ofélia sonhou ver a filha nadando na grana; o Seu Oscar sonhou paquerar  o maior número de "brotinhos" na praia; a Lenita sonhou se entender com o marido, complicado e machista; a Tetê sonhou com lombinho de paca macho, e bem sequinho (hahaha); o cego de meia tigela Zé Mário sonhou com o amor da Babi... e EU SONHO, desde 2001, poder rever todos eles ( e todo o resto!) de novo, na telinha! 15 anos depois, esse dia chegou :D

Os pequenos Danton Mello e Kátia Moura, nos bastidores das gravações.

Foto exclusiva enviada-nos pela Mayara Magri

 Amanhã é dia de voltarmos a sorrir com as crises de sonambulismo de uma das protagonistas mais loucas da história da teledramaturgia nacional. Com as trocas de "bolachas" que hoje, certamente, seriam criticadas (e proibidas) nesse "politicamente" correto". Com tipos, roupas e cortes de cabelo que mais parecem pertencer a algum outro planeta. Com uma história que, acreditem, não se faz mais em hoje em dia! Não mesmo. 

Amanhã é dia de voltarmos a torcer pela história de amor tempestuosa, entre gata e rato, que tanto nos fez torcer, vibrar, sofrer, quem sabe até mesmo chorar junto com a nossa querida Lucrécia Bórgia, ao som de "Forever by your side". Sim, amanhã é dia de A Gata Comeu no Viva! Chegou o dia (Ufa, 24 de outubro mais demorado da história).

A quem ainda não teve a oportunidade de assistir, um conselho: curtam muito, mas muito mesmo, os primeiros capítulos. São os mais gostosíssimos de toda a novela (não que os posteriores não sejam bons! Imagina que eu diria isso...). São onde toda a história se desenrola. São onde laços são criados, guerras são travadas, emoções a mil acontecem, não só entre os náufragos, mas, principalmente, entre nós, meros telespectadores  - ou será que não nos tornamos um deles, ali, no meio daquela ilha? Já dizem que a TV é uma caixinha mágica, né? Sendo assim, acho que todos estávamos lá também (vai um ensopado de macaco a la Conde de Parma? ou preferem um peixe frito na brasa?).



Quem em sã consciência não adoraria também estar nessa viagem?

Mais uma do acervo da Mayara


Alguém me belisca, por favor? Desde que ouvi falar, há alguns anos, no surgimento de um canal pago, da Globo, dedicado a reprises de coisas antigas, que sonho, mas sonho angustiadamente (de verdade!) com a escolha da "Gata" para reexibição... eu componho o time de "pentelhos" que enchia o saco do Viva para que nos presenteassem com o retorno da melhor obra da Ivani Ribeiro (perdoe-me, Mulheres de Areia!). O canal demorou, mas não falhou! #AGataComeuNoViva já é realidade e já tá ali, batendo à porta, há poucas horas de nós. Alguém tem dúvidas de  que a audiência vai lá pra cima? Quem é louco de apostar o contrário? O povo gosta de assistir o que é bom (a Televina taí pra dizer).


Venham simbora, Jô, Fábio, Tetê, Gugu, Ceição, Oscar, Edson, Lenita, Gláucia, Rafael, Televina, Naiiiirrrrr, Vitório, Paula, Tony, Xande, Sueli, Cuca, Adriana... Sejam mais do que bem vindos à minha casa e à casa de milhares de brasileiros que anseiam pela volta de todos vocês faz tempo. Permaneçam conosco pelos próximos meses e nos divirtam, façam parte de nossas famílias, de nosso dia a dia, de nossas vidas. Não importa quem já morreu, quem já cresceu, quem já não está mais na telinha. Personagem não morre, não envelhece, não termina o contrato. Vive nos nossos imaginários e nas  nossas lembranças para sempre.

Até parece que na ficção era essa amizade toda! hahaha


No caso da Gata, nem acho que ela viva dentro da gente. A gente é que vive dentro dela, afinal, ELA COMEU NOSSOS CORAÇÕES, rasgou, moeu, triturou, deglutiu, COMEU...


Até amanhã, pessoal! E não desancora essa lancha agora não, que eu também vou embarcar junto :D 


Mais um bastidor pra fazer palpitar o coração: Torloni e Deborah.

Valeu pelas imagens, Mayara! <3


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

"Assim que eu vi aquele cabelo muito curto, com o rabinho atrás, vou confessar que nem gostei..." Entrevista: Mayara Magri


Não há como reverenciar A Gata Comeu sem tirar o chapéu para Mayara Magri. Se o clássico da saudosa Ivani Ribeiro é considerado por muita gente - inclusive pelo próprio aqui – a novela que melhor representa os anos 80, em muito se deve à energia, à jovialidade, ao visual pra lá de exótico e à própria trilha sonora da Babi Penaforte, personagem vivida pela atriz paulista, então com 23 aninhos e no auge de sua carreira.

Sua trajetória na telinha começou um pouco antes daquele inesquecível ano de 1985, marcado pelo fim do regime militar no Brasil e a primeira edição do Rock In Rio. Em 1981, ela estreava na novela da Rede Bandeirantes Os Adolescentes, da mesma Ivani Ribeiro. A estreia na Globo veio em 1984, quando deu vida à Rosemary de Amor Com Amor se Paga, de quem? Ivani Ribeiro, a mãe da nossa querida Gata!

Mayara em foto recente. #ContinuaGata!

 Um ano depois, chegou a vez de Mayara cortar os cabelos (mais detalhes, hilários, sobre o fato na entrevista abaixo, hahaha...) e encarar um dos mais importantes papeis de sua carreira: a rebelde e, ao mesmo tempo, carente e romântica filha do casal mais maluco da trama – senão, um dos mais malucos da história da TV! -, Tereza e Gustavo Penaforte (Marilu Bueno e Cláudio Correa e Castro), ou melhor dizendo, nossos inesquecíveis e tão queridos Tetê e Gugu. 


O que dizer da “Bonitófera”? Do xodó da Dona Biloca, que fisgou de tal forma o coração do Braguinha que o fez virar cego mesmo enxergando melhor do que ninguém... o que dizer? Melhor não falar, apenas ouvir e cantar bem alto o seu tema (mais anos 80, impossível!): “mas o que ela gosta é de namorados descartáveis... do tipo one way, do tipo one way, do tipo one way...”. Nosso carinho e admiração por você não são nenhum pouco descartáveis, Mayara! Amamos você ontem, hoje e sempre. Confira entrevista que realizamos, na manhã de hoje, com essa fofura de menina (sim, ainda hoje!)


Anderson Maia (AM): Como foi o primeiro contato da Mayara com a Babi? Houve teste com outras atrizes?
Mayara Magri (MM):
Não. Não houve teste. Eu já tinha feito na Globo “Amor com Amor se Paga”, eu ainda era contratada e aí recebi o convite do Herval Rossano pra fazer a Babi. Naquela época, era mais difícil por teste. Você era convidada pelos seus trabalhos anteriores. Raramente se fazia um teste pra papel.

AM: A Babi era a cara dos anos 80. Suas roupas, seus brincos, seu colorido, o rabicho no cabelo, que é lembrado até hoje, até mesmo a sua trilha sonora. Você sente falta daquela época?
MM: Eu sinto falta. Eu acho que os anos 80 eram mais românticos, mais ingênuos e pra mim foi o meu auge mesmo, fazendo a Babi, depois fazendo outras novelas, mas “A Gata Comeu” foi o grande auge da minha carreira. Muita bacana mesmo os anos 80.

AM: E você representou muito bem ele, né? você representou a geração 80 na TV, no cinema... enfim, como se sente?

MM: Realmente, marcou muito a minha imagem nos anos 80, eu fiz muita coisa. O mais bacana é que as pessoas até hoje se lembram muito de mim e das novelas que eu fiz nessa década. E ninguém esquece, parece incrível. Me dá o maior orgulho!

AM:
A Babi começou a novela um tanto quanto rebelde. Contrariava os pais, vivia um namoro não aprovado por eles. Depois, foi se tornando madura, descobriu um verdadeiro amor, sofreu por descobrir ser enganada pelo falso cego, mas o perdão logo veio. Como foi interpretar essa personagem tão marcante da novela?

MM:
Foi interessante, porque ela era uma adolescente muito rebelde, sempre ia contra os pais, ela só contava com o carinho da avó. Aquela mãe dela que era completamente louca (risos). Depois, começou a sentir uma paixão por uma pessoa, descobriu que essa pessoa enganava ela... mas, ao mesmo tempo, ela tinha conhecido a paixão, que a fez amadurecer e também perceber que o Tito era um bandido, como todos diziam. Ela foi amadurecendo junto com a novela.

Em A Gata Comeu: primeiro, o bandido; depois, o falso cego (mas com este foi amor mesmo!)

AM: Não dá pra falar em A Gata Comeu sem citar e dar gargalhadas dos antológicos Gugu e Tetê, seus pais na trama. Como era atuar ao lado da Marilu e do Cláudio e participar de cenas tão hilárias? Vocês se divertiam?
MM:
a gente se divertia o tempo todo, a Marilu era muito engraçada, o Cláudio também, dois grandes atores.  Ela começou a me chamar de “Bonitófera” (risos), ela que inventou esse nome. A gente se divertia muito, foi muito legal mesmo. Nossa, eu tenho muita saudade, muita saudade dessa época!

 
AM: teve alguma cena especial de fazer? conta pra gente alguma curiosidade dos bastidores.
MM
: Não lembro, sinceramente, já faz tanto tempo... mas a cena final do baile, que estava todo mundo fantasiado, foi muito engraçado. Foi uma cena hilária, todo mundo com aquelas fantasias. Foi bem bacana.

 
AM: Recentemente, você presenteou-nos, no Facebook, com relíquias de seu acervo pessoal. Fotos com o elenco, muito provavelmente nas gravações em Angra, no fim da novela. Como era a convivência entre o elenco? uma família mesmo?
MM:
No final, sim. Porque aí juntou todo mundo indo pra essa ilha, né? Aí ficou todo mundo junto, porque no começo da novela eu, por exemplo, não fui para a ilha. No fim, foi o elenco todo e foi uma viagem muito bacana. Eu tenho outras fotos aqui e vou mandar pra você.


(#Obaaaaa!!!)

Bastidores das gravações na ilha: "foi o elenco todo e foi uma viagem muito bacana". #TambémQueriaTerIdo #snif :(

AM: Você é um ícone da televisão e, em especial, dos anos 80 e 90. Brilhou não só na Gata, mas em outros sucessos como Roda de Fogo, Salomé, O Salvador da Pátria e Éramos Seis (esta última do SBT). O que representa atuar para a Mayara?
MM:
Atuar pra mim é a vida, é a paixão, é o prazer, é o que eu sei fazer, eu não saberia fazer outra coisa. Quando você atua, você está plena, entregue praquela situação daquela personagem. Foram grandes novelas, grandes personagens, grandes momentos. Tenho muita saudade de estar podendo dar voz e vida a personagens da televisão.


AM:
Além de talentosa e com excelentes trabalhos, você também era o sonho de muito marmanjo. Como você sempre lidou com a fama e o sucesso?

MM:
Por incrível que pareça, eu nunca achei que o sucesso fosse uma coisa muito importante no sentido da pessoa ficar “besta” ou ficar “metida”. Pra mim, sucesso foi sempre a consequência do meu trabalho, de chegar até as pessoas, meu prazer, minha paixão. Eu sei que foram anos muito importantes pra mim, mas tudo o que eu busquei sempre foi melhorar cada vez mais como atriz. Nunca falei “ah, agora eu tô famosa, tá tudo bem”. Nunca foi assim.


AM: Você também fez muita coisa no cinema e, principalmente, no teatro. Tem alguma preferência por atuar em determinado meio?
MM:
Na verdade, eu me formei na escola de arte dramática daqui de São Paulo, na USP, e fiz muito teatro. Tenho feito, ultimamente, muito teatro ainda. Desde os clássicos de Shakespeare, acabei de fazer Elza & Fred”, uma comédia argentina, que foi muito bacana. Cinema eu fiz menos, apesar de ter ganho muitos prêmios com cinema, foi o veículo em que eu menos trabalhei, mas eu amo do mesmo jeito. Teatro é a minha vida, tenho feito todos esses anos, eu nunca parei de fazer teatro.

AM: Próxima segunda, A Gata Comeu volta pela quarta vez às telinhas. Deve ser mágico ver a si própria trinta anos atrás. Como você costuma reagir? Pretende assistir?
MM:
Claro que eu vou assistir e vou ficar com uma pontinha de saudade. Não posso criticar o meu trabalho, eu era muito jovem. Com certeza, hoje eu sou uma atriz muito mais madura, mas eu vou assistir com muito carinho. Foi uma novela muito marcante, marcou minha vida, marcou minha carreira, marcou a vida de muitos e muitos jovens, que na época eram crianças. É muito especial essa novela pra mim e pra muita gente.

AM: Já no primeiro capítulo, a Babi surge com tudo: um cabelo com rabicho, pochete na cintura, short curtinho, blusa colorida, enfim... você esbanjou “moda a la 80” na Gata. Engraçado rever tudo isso?
MM:
É engraçado mesmo. Na época, a gente usava muito dessa pochete, principalmente no Rio de Janeiro. Era, assim, super moda. Eu tinha um cabelo grande, liso, reto... de repente, cortei daquele tamanho, curto. Assim que eu vi aquele cabelo muito curto, com o rabinho atrás, vou confessar que nem gostei, mudou muito. Daí, de repente, as pessoas começaram a copiar (risos). Foi muito legal! É uma outra época, gente, faz tanto tempo já, a vida passou tão rápido, né? Puxa vida...

Babi com os pais, os hilários Tetê e Gugu, em cena do primeiro capítulo da "Gata"


AM: quem nesse mundo não queria ser presenteado em ter "Heaven", do Bryan Adams, como trilha sonora exclusiva de sua história de amor? O que representou A Gata Comeu para a Mayara Magri?
MM:
Representou um marco na minha vida. Eu acho que “A Gata Comeu” realmente mudou a minha vida como um todo. A música é linda, adorava a música! Nossa, gente, foi um sucesso, foi tudo muito lindo... foi um presente, um grande acontecimento, eu tinha 23 anos. Eu fui muito, muito feliz!

AM: Uma legião de saudosistas não esquece, até hoje, a Babi, a Justina, a Helena, a Camila, a Mônica (personagens da Mayara em diversas novelas)... manda um recado pra toda essa gente que te adora, em especial, aos fãs da Gata.
MM:
Eu quero agradecer a todo mundo que sempre gostou do meu trabalho, sempre me acompanhou, e dizer que eu amo vocês, eu amo esse grupo “A Gata Comeu” (do Facebook). Vocês colocam coisas muito bacanas, a gente lembra com tanto amor desse tempo e eu tenho certeza que vocês também. Quero mandar um beijo pra vocês e muito obrigada por vocês serem meus fãs até hoje e estarem comigo me prestigiando nas coisas que eu faço.

#AGenteTambémTeAmaMayara #BabiNoViva