quarta-feira, 19 de outubro de 2016

De fato! Como não amá-la? (O Fábio quem o diga...)

Lindíssimo texto do genial Duh Secco. Vale a pena compartilhar.

Fonte: site Canal Viva.
 

Como não amar 'A Gata Comeu'?

Dez motivos para se ligar na novela de Ivani Ribeiro que substitui Mulheres de Areia em outubro.
Pode gritar, pode pular, pode tirar o LP do armário, botar pra tocar e extravasar essa alegria noveleira que nos invade sempre que o VIVA divulga suas próximas novelas. Vocês pediram e nós atendemos: dia 24 de outubro, estreia A Gata Comeu, no horário hoje ocupado por Mulheres de Areia, ambas escritas por Ivani Ribeiro. Uma novela de 1985, exibida pela última vez quinze anos atrás, com uma protagonista divertidíssima, um elenco muito bem escalado e uma trilha sonora inesquecível! Estes são alguns dos dez motivos que o Vivo no VIVA traz hoje, para já deixar todos vocês ansiosos nesse “processo de aquecimento” pré-estreia de A Gata Comeu. MIAU!



 

É uma novela de 1985!

E todo mundo sabe o que isso significa né? A abertura vem logo depois daquela cena que encerrou o capítulo anterior, vinheta de numeração, cenas do próximo capítulo... Tudo isso que as novelas de hoje não exibem mais – nem as em exibição no VIVA – e que todo noveleiro AMA! Mais: A Gata Comeu fez parte de uma “trinca de ouro” da história da TV Globo. Exibida de abril a outubro de 1985, dividiu o horário nobre com Um Sonho a Mais e Tititi, duas das maiores audiências das sete, e com Corpo a Corpo e Roque Santeiro, sendo esta última um verdadeiro fenômeno! Óbvio que a trama das seis não fugiu à regra: atingiu índices até então nunca vistos no horário. Tamanho sucesso rendeu uma reprise em Vale a Pena Ver de Novo, de fevereiro a julho de 1989. Parecia então que A Gata Comeu havia cumprido sua missão na TV aberta. Parecia...



 

Também é uma novela de 2001!

No início da última década, a tradicional faixa de reprises da TV Globo atravessou sua primeira grande “crise de identidade”. Sucessos como A Próxima Vítima e Roque Santeiro não emplacaram quando exibidos à tarde. A solução foi radicalizar! Na primeira semana de julho de 2001, o Você Decide passava a ocupar o espaço até então destinado às novelas. E a “crise de identidade” se converteu em fracasso absoluto! O programa interativo que já estava desgastado quando deixou a linha de shows virou freguês do Chaves, do SBT. Com oito episódios exibidos, já anunciaram sua substituta, A Gata Comeu. Um misto de surpresa e euforia dominou a comunidade noveleira! Nas priscas eras da internet, essa reprise gerou sites, fóruns, procuras pelo elenco, enfim... Lacrou! E acima de tudo, conquistou uma nova fatia de público...



 

É uma das mais pedidas do VIVA...

Talvez por isso, A Gata Comeu esteja, desde sempre, no ranking das mais pedidas do VIVA. Ano passado, no aniversário de cinco anos do canal, divulgamos essa lista – relembre aqui –, na qual a novela de Ivani Ribeiro ocupava com louvor o segundo lugar. Pensa: temos aí uma galera que acompanhou em 85, outra que curtiu a reprise de 89 e mais uma turma que conferiu em 2001. Muita gente pedindo essa novela, Brasil! Demorou um pouquinho, mas agora a trama está liberada e com estreia marcada. A repercussão do anúncio da trama nas redes sociais já deu uma amostra do que está por vir: o pessoal já começou a procurar memes, pipocaram playlists com a trilha sonora, criaram grupos no Facebook e por aí vai. Agora, imagina como vai ser com a novela no ar e a hashtag #AGataComeuNoVIVA bombando em todas as telas?



 

Ivani Ribeiro diferente

É claro que em meio a tanta exaltação, teve quem não curtisse o anúncio e já definisse a faixa das 15h30 do VIVA como “Sessão Ivani Ribeiro”. Maldade hein? Afinal, Ivani foi uma das autoras mais talentosas e inventivas do nosso país – mesmo tendo, no período em que esteve na TV Globo, recorrido a remakes de antigas obras suas, caso de A Gata Comeu, inspirada em A Barba Azul (Tupi, 1974). Não espere por maldades como as de Raquel (Glória Pires), de Mulheres de Areia, nem por dramas de tintas fortes, como o de Alexandre (Guilherme Fontes), de A Viagem. A Gata Comeu nada tem a ver com estas tramas... É uma novela mais leve, imbuída no espírito “comédia romântica” que abastece obras de outros grandes autores da atualidade, como Walcyr Carrasco. Tem drama e tem vilania também, mas... De leve.



 

A protagonista é ótima!

Figura central de A Gata Comeu, Jô Penteado – criação magistral de Christiane Torloni – traduz esse espírito “diferentão” da novela. É mimada, arrogante e mal-educada, quando algo lhe desagrada; também é bem-humorada, divertida e espevitada, se a ocasião lhe permitir; tem lá seu romantismo, sua afeição, seu apego a quem ama de fato. Com seu comportamento voluntarioso, Jô tem dentro de si a mocinha e a vilã da história. Até seu sonambulismo, reflexo da sensação de abandono causada pelo segundo casamento de seu pai, joga contra de vez em quando – e dá um charme extra para a personagem. Quando a trama tem início, está noiva pela sétima vez, sem nunca ter se apaixonado pelos pares em questão. Até que seu caminho cruza com o do professor Fábio (Nuno Leal Maia). É amor – e ódio – a primeira vista!



 

E os coadjuvantes também!

Aliás, todo o elenco manda muito bem! Figuras saudosas da nossa TV integram o time de A Gata Comeu: Cláudio Corrêa e Castro, o irritadiço Gugu; Laerte Morrone, o Conde de Parma; Dirce Migliaccio e Luiz Carlos Arutin, o hilário casal Ceição e Oscar; Germano Filho, Seu Vicente, dono da banca; Norma Geraldy, a fofa Dona Biloca; as vedetes Anilza Leoni e Diana Morel, como Ester e Ofélia. Herval Rossano, diretor da novela, comandou por muito tempo o núcleo das seis, principalmente em seus primórdios, quando o horário abrigava apenas produções literárias. Vem deste período grande parte do elenco de A Gata Comeu, com nomes nada óbvios – e bastante talentosos – em personagens de grande importância: Fátima Freire (Paula), Eduardo Tornaghi (Rafael), Roberto Pirillo (Tony). Também a estreia de Deborah Evelyn (Lenita) e do então pequerrucho Danton Mello (Cuca).



 

E o estilo “anos 80”?

Sempre que eu acompanho uma novela antiga no VIVA – até mesmo Laços de Família, que nem é tão velhinha assim – me divirto com os figurinos, os cabelos, as gírias. A Gata Comeu é um prato cheio nesse sentido! Quase todas as referências da moda dos anos 80, para o bem ou para o mal, estão ali. CHOQUEI quando soube que o “rabicho” da Babi (Mayara Magri) tinha se tornado sensação durante a exibição da novela. E o que dizer do corte assimétrico, meio “poodle”, de Jô Penteado? Os acessórios – brincos de formas geométricas, pulseiras de plástico, cintos gigantes – também merecem atenção. Isso sem contar os cenários, com telefones de fio, televisores de tubo, muitas plantas – estampadas até nos papeis de parede. Ah, claro... Os trajes de banho minúsculos e o maiô “asa delta”, hit dos primeiros capítulos da novela...



 

Lost tupiniquim

Para quem não sabe, ou não se lembra, A Gata Comeu tem início em uma ilha deserta, onde os personagens centrais ficam presos após um acidente com a lancha que os levaria para um fim de semana em Angra dos Reis. Rola um mistério em torno desse “acidente”, movimentando principalmente o marinheiro Edson (José Mayer). Náufragos, Jô, Fábio e toda a trupe ficam sujeitos aos perigos da natureza e aos da convivência. Quando são resgatados, dois meses depois do ocorrido, encontram seus familiares tocando a vida, diante da “morte” dos entes queridos – ou não tão queridos, como no caso de Jô e de sua meia-irmã Gláucia (Bia Seidl). De certa forma, todos os ilhados “renascem”, no sentido figurado, reconstruindo suas vidas e redesenhando suas trajetórias. Mas o mistério da ilha perdura...



 

Urca! <3

A ilha dos primeiros capítulos é linda, mas a Urca de todos os capítulos consegue ser mais linda ainda! O prédio da Jô é pura ostentação – eu também adoro a agência de turismo do pai dela, Horácio Penteado (Mauro Mendonça). Todas as cenas à beira-mar são incríveis! E as da rua do professor Fábio, de Paula e de dona Ceição então... Sabe aquela ruazinha antiga, que toda cidade tem, com casas de muro baixo e vizinhos que se encontram todo dia de manhã quando saem pra comprar pão? É bem isso! A Urca de A Gata Comeu é acolhedora; não há melhor definição. Tem a cara da minha rua, da sua rua, onde você brincava quando pequeno e tinha lá o seu “Clube dos Curumins”! Fred Pellachin, do Na Trilha das Novelas, esteve por lá um tempinho atrás e visitou as locações, com os temas do folhetim embalando o passeio. Vale a leitura!



 

“Em discos e fitas Som Livre”

Falando em trilha... As de A Gata Comeu são arrasadoras! Na nacional, expoentes do período – Ritchie, Sandra de Sá e Biafra –, nomes quase nada conhecidos – Liliane, Ciclone e Danilo (oi?), e a última canção de Cazuza com o Barão Vermelho – ‘Eu queria ter uma bomba’, minha preferida. Na internacional, Madonna! #SQN! Os LPs com a faixa ‘Crazy For You’ foram retirados do mercado tão logo foram lançados, por determinação dos representantes internacionais de sua gravadora. Hoje, quem possui a trilha com esta faixa tem um artigo raríssimo, disputado a tapa por colecionadores! Yes, não temos Madonna, mas temos Sade, Jim Diamond, Men at Work, Mick Jagger, Paul Young, Bryan Adams (e outra análise do Fred Pellachin, muito bacana, que você pode ler aqui!). E eu já ia me esquecendo do tema de abertura, ‘Comeu’, de autoria disputada, gravado pelo Magazine. Icônico!

Então é isso! A Gata Comeu nosso coração – trincou, mordeu, mastigou, engoliu, mascou, moeu, triturou e deglutiu – em 1985, 1989 e 2001. E ressurge com as garras ainda mais afiadas e os dentinhos ainda mais apontados neste 2016, aqui no VIVA!

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