Anderson Maia (AM): De onde veio sua inspiração para querer se tornar atriz?
Nina de Pádua (NP): Vou dizer que a minha inspiração foi Nossa Senhora. Porque comecei aos 6 anos de idade querendo ser anjo na coroação de Nossa Senhora. Como eu era muito alta, não fui escolhida e chorei tanto que minha mãe foi no colégio, pediu, implorou e eles deixaram eu ficar ajoelhada atrás duma nuvem. E minha mãe fez uma roupa tão linda (risos) que eu não quis ser outra coisa na vida. Dali pra frente, eu não parei mais.
AM: Como se sente em ter alcançado tão grande trunfo, êxito nessa paixão que virou profissão, tendo participado de tão importantes produções da nossa TV e do nosso cinema?
NP: Ano passado, eu completei 45 anos de carreira. Acho que é uma conquista diária. Todo dia você está crescendo, você está aprendendo. Nunca você está completo, mas sempre em busca de novos conhecimentos. E assim é com essa profissão. Eu só tenho 45 anos de atriz, ainda falta muita coisa pra aprender (risos).
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Nina em foto atual (esquerda) e como a Ivete de A Gata Comeu, em 1985 (direita) |
AM: Se pudesse destacar, pra gente, os trabalhos mais importantes e gratificantes da sua carreira, quais seriam?
NP: A lista é grande. Você está me pedindo para escolher um filho querido (risos). Não tem. Todos os filhos são muito amados, mas já que o blog é dedicado a A Gata Comeu, vamos dar um destaque para a Ivete. Todos, porém, são muito amados e os futuros também serão.
AM: Já que falamos na Ivete, dia 24, próxima segunda, será um dia marcante para milhares de brasileiros, saudosistas, que não paravam de pedir ao Canal Viva a reprise desse clássico. Órfãos desde 2001, quando a novela foi exibida pela última vez, na Globo. E a Nina, está ansiosa? Como é se rever 30 anos atrás?
NP: A emoção dessa novela, o que ela já mobilizou de pessoas, de fãs, de nós mesmos do elenco quando a fizemos, é um amor tão forte que vai durar pro resto da eternidade. Eu estou emocionada e muito ansiosa, aguardando com muita alegria. Vamos todos nos divertir bastante. Tomara.
AM: A Ivete, para mim, em particular, foi um personagem especial. Não fazia nem a linha mocinha nem a vilã. Era um ser humano real, em busca do que queria: o amor do primo por quem era apaixonada desde criança, o emprego de professora que tanto buscava... Nunca cometeu um ato, digamos, de vilania, mas, simplesmente, era um ser humano normal, que falava o que vinha à mente e ia atrás dos seus sonhos. Era gostoso fazer a Ivete? Qual foi a inspiração para fazer tal personagem?
NP: Que bom você fazer essa observação, porque eu já ouvi gente se referindo a ela meio um pouco como vilã, exatamente por causa da Lenita (Déborah Evelyn) e do Primo dela (Edson – José Mayer), aquela história toda. Eu acho que você deu um tiro certo, ela é uma pessoa comum, que lutava pelo que queria. Realmente, não cometeu nenhum ato de vilania e, pelo contrário, ia atrás do pai (Oscar – Luiz Carlos Arutin), brigou muito por isso. Que bom que você pensa como eu. Adorava fazer a Ivete e a inspiração foi a própria vida, eu acho. Ela tinha um caráter irretocável, até ajudou um pouco a Jô (Christiane Torloni) naquela hora de sequestrar o Fábio (Nuno Leal Maia) (risos). Mas foi em nome do amor.
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"A Ivete é uma pessoa comum, que lutava pelo que queria" |
AM: Muito bem lembrado. Se a Jô Penteado teve uma grande amiga foi a Ivete, que estava sempre do seu lado, apoiando-a na busca pelo homem amado, nas loucuras, nas benfeitorias, nas traquinagens... é aquele tipo de amizade que, sinceramente, todo mundo quer ter na vida. Era uma parceria bonita, concorda?
NP: Pois é, muito bacana. Amizade, realmente, é isso. E se não é isso, não é amizade. Uma ajudava a outra. A Jô também ajudou a Ivete com o Conde (Laerte Morrone), porque sabia o que era melhor para a amiga. Foi uma amizade, portanto, bem legal e temos que louvar porque, hoje em dia, é tão difícil, né? Muito legal, que bom que você lembrou disso. Tinha esquecido uns pedacinhos...
AM: Acredito que um dos grandes segredos, senão o maior segredo do sucesso de A Gata Comeu é que, não bastasse uma trama principal tão boa, a história da Jô e do Fábio, tinha também os núcleos maravilhosos, como a Tetê e o Gugu (Marilu Bueno e Cláudio Correa e Castro), e a própria Conceição (Dirce Migliaccio) com o seu Oscar, que eram os seus pais na novela... Como era trabalhar com esses “monstros” e como era fazer parte de uma família tão louca como aquela?
NP: Foi uma honra extraordinária, porque eram dois gênios como atores. Trabalhar com todos dois, para mim, foi uma bênção, um aprendizado inesquecível.
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Na trama de Ivani Ribeiro, Nina foi filha dos saudosos Luiz Carlos Arutim e Dirce Migliaccio. #sortuda! |
...até que chegou a hora de dar, tchau, a Nina estava de compromisso marcado, mas foi solícita até o último segundo, até mesmo para responder a última pergunta minutos depois. #FofaDemais!
NP: Obrigado pelo seu carinho. O maior presente que a gente tem é esse, de poder ter pessoas que nem nos conhecem, mas nos admira, nos incentiva. Sou muito grata a você pelo carinho, tá bom? E vamos à Gata dia 24! Um beijo enorme, fica com Deus!
Fica com Deus você também, nossa querida Ivete, e #SucessoSempre! Brigaduuuu
Que show!!! AMEI!!! Vou acompanhar com certeza! É uma maneira de eu ver os capítulos aqui da Alemanha!
ResponderExcluirQue entrevista especial! Show a Nina. Ivete inesquecível.
ResponderExcluirVerdade
ExcluirAmei!!!
ResponderExcluirLinda entrevista
ResponderExcluirA Nina é fantástica.
ResponderExcluirGostei de saber q a atriz Nina de Paula tá bem
ResponderExcluirEu adoro essa novela....mas ela era racista. Só tinha 3 negras e todas eram empregadas domesticas....
ResponderExcluirSaudades daquela época. 32 anos passaram, muita coisa mudou, as pessoas ficaram mais desumanas.
ResponderExcluirQuanto ao racismo...infelizmente os negros sãos os primeiros a se discriminarem. Acho que todos somos iguais independente de cor de pele.
amo essa Nina!!!!
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