quinta-feira, 20 de outubro de 2016

"Adorava fazer a Ivete e a inspiração foi a própria vida". Entrevista: Nina de Pádua

Imaginem, nobres colegas curumins, começar o blog já com um amuleto da sorte desse. Ontem, por acaso, numa marcação feita por um colega de grupo no facebook, conhecemos ninguém menos que Nina de Pádua. Sim, ela mesma! A Ivete!!! Quanta simpatia, quanta doçura, quanta gentileza... Beeem mais fofa, digamos, que a filha do sem vergonha Oscar e da ingênua Conceição, Nina nos concedeu uma breve entrevista, com exclusividade, para este blog, deixando o jornalista que vos fala um tanto quanto lisonjeado ao revelar, já de cara, que ama Pernambuco (minha terrinha) e soltar um “Queridoooo, esse sotaque é uma delícia! Eu adooooro!”, ao ouvir a primeira pergunta via Messenger. Não tenham dúvidas, trata-se de uma pessoa linda, #Iluminada! Não foi uma mera entrevista, mas um bate-papo delicioso! Vamos lá?

Anderson Maia (AM): De onde veio sua inspiração para querer se tornar atriz? 

Nina de Pádua (NP): Vou dizer que a minha inspiração foi Nossa Senhora. Porque comecei aos 6 anos de idade querendo ser anjo na coroação de Nossa Senhora. Como eu era muito alta, não fui escolhida e chorei tanto que minha mãe foi no colégio, pediu, implorou e eles deixaram eu ficar ajoelhada atrás duma nuvem. E minha mãe fez uma roupa tão linda (risos) que eu não quis ser outra coisa na vida. Dali pra frente, eu não parei mais.

AM: Como se sente em ter alcançado tão grande trunfo, êxito nessa paixão que virou profissão, tendo participado de tão importantes produções da nossa TV e do nosso cinema?  

NP: Ano passado, eu completei 45 anos de carreira. Acho que é uma conquista diária. Todo dia você está crescendo, você está aprendendo. Nunca você está completo, mas sempre em busca de novos conhecimentos. E assim é com essa profissão. Eu só tenho 45 anos de atriz, ainda falta muita coisa pra aprender (risos).

Nina em foto atual (esquerda) e como a Ivete de A Gata Comeu, em 1985 (direita)


AM: Se pudesse destacar, pra gente, os trabalhos mais importantes e gratificantes da sua carreira, quais seriam?

NP: A lista é grande. Você está me pedindo para escolher um filho querido (risos). Não tem. Todos os filhos são muito amados, mas já que o blog é dedicado a A Gata Comeu, vamos dar um destaque para a Ivete. Todos, porém, são muito amados e os futuros também serão.

AM: Já que falamos na Ivete, dia 24, próxima segunda, será um dia marcante para milhares de brasileiros, saudosistas, que não paravam de pedir ao Canal Viva a reprise desse clássico. Órfãos desde 2001, quando a novela foi exibida pela última vez, na Globo. E a Nina, está ansiosa? Como é se rever 30 anos atrás?

NP: A emoção dessa novela, o que ela já mobilizou de pessoas, de fãs, de nós mesmos do elenco quando a fizemos, é um amor tão forte que vai durar pro resto da eternidade. Eu estou emocionada e muito ansiosa, aguardando com muita alegria. Vamos todos nos divertir bastante. Tomara.

AM: A Ivete, para mim, em particular, foi um personagem especial. Não fazia nem a linha mocinha nem a vilã. Era um ser humano real, em busca do que queria: o amor do primo por quem era apaixonada desde criança, o emprego de professora que tanto buscava... Nunca cometeu um ato, digamos, de vilania, mas, simplesmente, era um ser humano normal, que falava o que vinha à mente e ia atrás dos seus sonhos. Era gostoso fazer a Ivete? Qual foi a inspiração para fazer tal personagem?

NP: Que bom você fazer essa observação, porque eu já ouvi gente se referindo a ela meio um pouco como vilã, exatamente por causa da Lenita (Déborah Evelyn) e do Primo dela (Edson – José Mayer), aquela história toda. Eu acho que você deu um tiro certo, ela é uma pessoa comum, que lutava pelo que queria. Realmente, não cometeu nenhum ato de vilania e, pelo contrário, ia atrás do pai (Oscar – Luiz Carlos Arutin), brigou muito por isso. Que bom que você pensa como eu. Adorava fazer a Ivete e a inspiração foi a própria vida, eu acho. Ela tinha um caráter irretocável, até ajudou um pouco a Jô (Christiane Torloni) naquela hora de sequestrar o Fábio (Nuno Leal Maia) (risos). Mas foi em nome do amor.

"A Ivete é uma pessoa comum, que lutava pelo que queria"


AM: Muito bem lembrado. Se a Jô Penteado teve uma grande amiga foi a Ivete, que estava sempre do seu lado, apoiando-a na busca pelo homem amado, nas loucuras, nas benfeitorias, nas traquinagens... é aquele tipo de amizade que, sinceramente, todo mundo quer ter na vida. Era uma parceria bonita, concorda?

NP: Pois é, muito bacana. Amizade, realmente, é isso. E se não é isso, não é amizade. Uma ajudava a outra. A Jô também ajudou a Ivete com o Conde (Laerte Morrone), porque sabia o que era melhor para a amiga. Foi uma amizade, portanto, bem legal e temos que louvar porque, hoje em dia, é tão difícil, né? Muito legal, que bom que você lembrou disso. Tinha esquecido uns pedacinhos...

AM: Acredito que um dos grandes segredos, senão o maior segredo do sucesso de A Gata Comeu é que, não bastasse uma trama principal tão boa, a história da Jô e do Fábio, tinha também os núcleos maravilhosos, como a Tetê e o Gugu (Marilu Bueno e Cláudio Correa e Castro), e a própria Conceição (Dirce Migliaccio) com o seu Oscar, que eram os seus pais na novela... Como era trabalhar com esses “monstros” e como era fazer parte de uma família tão louca como aquela?

NP: Foi uma honra extraordinária, porque eram dois gênios como atores. Trabalhar com todos dois, para mim, foi uma bênção, um aprendizado inesquecível.


Na trama de Ivani Ribeiro, Nina foi filha dos saudosos Luiz Carlos Arutim e Dirce Migliaccio. #sortuda!


...até que chegou a hora de dar, tchau, a Nina estava de compromisso marcado, mas foi solícita até o último segundo, até mesmo para responder a última pergunta minutos depois. #FofaDemais!

NP: Obrigado pelo seu carinho. O maior presente que a gente tem é esse, de poder ter pessoas que nem nos conhecem, mas nos admira, nos incentiva. Sou muito grata a você pelo carinho, tá bom? E vamos à Gata dia 24! Um beijo enorme, fica com Deus!

Fica com Deus você também, nossa querida Ivete, e #SucessoSempre! Brigaduuuu

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10 comentários:

  1. Que show!!! AMEI!!! Vou acompanhar com certeza! É uma maneira de eu ver os capítulos aqui da Alemanha!

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  2. Que entrevista especial! Show a Nina. Ivete inesquecível.

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  3. Gostei de saber q a atriz Nina de Paula tá bem

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  4. Eu adoro essa novela....mas ela era racista. Só tinha 3 negras e todas eram empregadas domesticas....

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  5. Saudades daquela época. 32 anos passaram, muita coisa mudou, as pessoas ficaram mais desumanas.
    Quanto ao racismo...infelizmente os negros sãos os primeiros a se discriminarem. Acho que todos somos iguais independente de cor de pele.

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